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O Instituto Médico Legal apontou que João Victor, de 13 anos, morreu por conta de uma parada cardiorrespiratória em decorrência do uso de drogas. Advogado que acompanha o caso, no entanto, atenta para o fato de que é preciso saber se a agressão confirmada já por duas testemunhas contribuiu para a morte do garoto
Por Ivan Longo
Divulgado nesta terça-feira (7), o laudo necroscópico do Instituto Médico-Legal (IML) concluiu que o adolescente João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, morreu por conta de uma parada cardiorrespiratória em decorrência do uso de drogas. As principais suspeitas, até então, eram de que o jovem havia falecido, no último dia 26 de fevereiro,por conta das agressões de seguranças de uma unidade do restaurante Habib's na zona norte da capital paulista.
O laudo "enfraqueceu" as suspeitas sob os seguranças da empresa de tal maneira que atá a página Quebrando o Tabu, que tem como objetivo veicular pautas sobre direitos humanos e progressistas na internet, pediu desculpas públicas ao Habib's.
O advogado que acompanha a família no caso, Ariel de Castro Alves, no entanto, aponta que o laudo do IML não é o suficiente para eximir o Habib's e seus seguranças pela morte do garoto. De acordo com o advogado, que é coordenador da Comissão da Criança e do Adolescente do CONDEPE- Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo, o laudo é apenas uma prova que precisa ser analisada junto com outras provas e relatos de testemunhas. Duas delas confirmaram que o garoto foi agredido e imagens de câmeras mostram João Victor sendo arrastado pelos seguranças.
"O laudo do Instituto Médico Legal (IML) é apenas uma das provas, que precisa ser analisado em conjunto com outras provas, como os depoimentos de testemunhas, sendo que pelo menos duas delas até o momento relataram na Delegacia de Polícia a ocorrência de agressões contra o adolescente. Ainda é necessário se apurar de que forma essas supostas agressões e perseguição de funcionários do Habib's podem ter contribuído para a morte do menino", disse o advogado.
De acordo com Ariel, o laudo do IML "serve de alerta para que o caso seja tratado com cautela com relação à responsabilidade do gerente e do supervisor da lanchonete, que estariam envolvidos na ocorrência".
"É fundamental que as investigações prossigam através dos depoimentos de novas testemunhas e também com a análise de outras imagens e com a realização de novas perícias", completou.
O caso gerou tamanha repercussão que, via redes sociais, internautas iniciaram uma campanha de boicote à rede de restaurantes e várias unidades vêm sendo palco de protestos.