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Ela faz denúncia detalhada de todos os passos dados pelo ator, até chegar a tocá-la na genitália e, dias depois, ao perceber que a moça ficou arredia, a chamar de vaca aos gritos, no set de filmagem, na frente de outras trinta pessoas.
Da Redação com Informações da Folha
A figurinista da Rede Globo, Susllem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, acusa o ator José Meyer Drumond, de 68 anos, de assédio moral e sexual. Su Tonani, como é conhecida, publicou artigo no blogue “Agora é que são elas”, da Folha onde faz denúncia detalhada de todos os passos dados pelo ator, até chegar a tocá-la na genitália e, dias depois, ao perceber que a moça ficou arredia, a chamou de vaca aos gritos, no set de filmagem, na frente de outras trinta pessoas.
Su diz que procurou o RH da empresa, que se prontificou a tomar uma atitude imediata, fato que ela aguarda: “Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?”
De acordo com ela, o assédio durou muito tempo: “Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: ‘você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?’”
Su diz ainda que se arrepende de não ter feito a denúncia antes: “Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo”.
A figurinista encerra o relato de forma dramática e direta: “Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo”.