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Local é considerado patrimônio cultural de Brasília e está ameaçado por mudanças na administração
Por Arnaldo Saldanha, colaborador da
Artistas, professores e alunos do Complexo Cultural Dulcina de Moraes (CCDM), em Brasília, realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (8) em defesa da instituição. A troca da diretoria foi uma das motivações do ato. No último dia 31, a advogada Vanessa Daniella Pimenta Ribeiro, uma das delatoras da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, foi nomeada administradora da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), responsável pelo espaço.
A indicação causou incômodo, uma vez que a advogada não tem qualquer relação com a comunidade, nem histórico de participação nas atividades do grupo. O receio é que a gestão de Ribeiro enfraqueça o cenário cultural e facilite a venda do prédio, localizado no centro da capital federal.
Desde 2016, o movimento ‘Dulcina Vive’ promove feiras, shows, festas, palestras e workshops com o objetivo de revitalizar o local, que é considerado um patrimônio da cidade e vem sendo ameaçado após a deposição dos antigos administradores, Luiz Francisco de Sousa e Marco Antônio Schmitt Hannes.
Para a produtora cultural Jenny Choe, uma das coordenadoras do movimento, o complexo tem se mostrado um espaço fundamental para a população. “Nós queremos, através dessa ação, agregar a comunidade, a classe artística, cultural e acadêmica para podermos ter participação na formação desse conselho”, afirma.
Mário Bisneto, também produtor e coordenador do ‘Dulcina Vive’, reforça a reivindicação. “Nós queremos que representantes do corpo discente, docente, funcionários da FADM (Faculdade de Artes Dulcina de Moraes) e FBT, e produtores culturais do DF tenham sua devida representação na escolha desses conselheiros, pois eles definem os rumos da única fundação de cultura do Distrito Federal, sonho e projeto de vida de Dulcina de Moraes, que teve um peso histórico inestimável, até mesmo sobre o reconhecimento da profissão de ator”, ressalta.
Saiba mais
Dulcina de Moraes foi atriz, reconhecida como um ícone do teatro brasileiro. Na década de 1950, criou a Fundação Nacional de Teatro, uma das primeiras escolas de formação para atores no país, com o dinheiro poupado ao longo de sua carreira. Em 1972, transfere-se com a Fundação para Brasília, onde faleceu em 1996.
Fotos: Arnaldo Saldanha