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O ex-ministro havia sido detido em um hospital enquanto acompanhava a esposa em uma cirurgia para tratar de um câncer. Sérgio Moro, que comandou a operação, afrmou que “desconhecia” o quadro de saúde da esposa de Mantega
Por Jornal GGN
A Polícia Federal disse à Folha de S. Paulo que identificou o risco de fuga por parte de Guido Mantega entre setembro e outubro e, por isso, pediu “informalmente” que o juiz Sergio Moro prenda o passaporte dele e de sua esposa, que passou por uma cirurgia no mesmo dia em que a Lava Jato decidiu prender o ex-ministro.
O que faz a PF pensar que Mantega fugiria do Brasil é o fato dele ter ser nascido na Itália e ter dupla cidadania. Além disso, segundo investigadores, ele e a esposa, Eliane Berger, estavam com passagens compradas para Paris, com saída para o dia seguinte ao da detenção, 22 de setembro.
Em função do agravamento do estado de saúde de Eliane, que enfrenta um tratamento para combater um câncer, Mantega remarcou a viagem para o dia 8 de outubro, com passagem de volta para o dia 15 do mesmo mês.
A notícia de que a PF enxergava risco de Mantega fugir estarreceu o advogado José Roberto Batochio, que classificou a teoria como “sórdida invencionice”.
A Folha afirmou que mesmo diante da sugestão informal da PF para apreender o passaporte do ex-ministro, Moro ainda não tomou nenhuma medida cautelar que impeça Mantega de sair do País.
Mantega foi acusado pela PF de pedir recursos ao empresário Eike Batista para abater uma dívida de R$ 5 milhões de campanha do PT com o marqueteiro João Santana. O recurso teria sido pago via caixa dois, por meio de uma conta no exterior. Eike disse que cobrou de Santana uma consultoria em troca do pagamento, e o marqueteiro entregou, de fato, um estudo sobre investimentos na Venezuela.
Segundo a Folha, a decisão de soltar Mantega por parte de Moro “irritou” os procuradores e os agentes da PF. “Ambos avaliam que o magistrado se submeteu à pressão pelo fato de a mulher de Mantega estar doente.” A revogação da prisão também gerou críticas por parte de juristas que entenderam que se era possível soltar, não tinha motivos reais para prender.
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