PF prende 10 pessoas por batismo no Estado Islâmico e atos preparatórios de terrorismo

Nesta quinta-feira (21), a polícia federal e o ministério da justiça prenderam pelo menos 10 brasileiros, em 10 estados, após mensagens de “batismo” no Estado Islâmico e indícios do início de treinamento, outros dois foram interceptados.

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Nesta quinta-feira (21), a polícia federal e o ministério da justiça prenderam pelo menos 10 brasileiros, em 10 estados, após mensagens de “batismo” no Estado Islâmico e indícios do início de treinamento, outros dois foram interceptados. Por Matheus Moreira Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21), o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes afirmou que pelo menos 10 pessoas foram presas por se “batizarem” no Estado Islâmico, uma em cada estado brasileiro. De acordo com o ministro, o batismo é um juramento de lealdade ao grupo extremista. O ministro reiterou que não houve contato dos investigados com membros do Estado Islâmico, apenas um juramento nos grupos no Telegram e Whatsapp. As prisões foram feitas com base na lei antiterrorismo. Uma das pessoas presas teria entrado em contato com um site de venda de armas no Paraguai para tentar adquirir um fuzil AK-47. Não há informações de que a compra tenha sido efetuada. O ministro apontou ainda que nenhum dos presos saiu do país e que houve agravamento do discurso nos grupos e essa situação levou as prisões: “alguns atos preparatórios começaram a ser realizados. Entre eles o início de artes marciais, treinamento com munição e armas. Isso foi progredindo”, disse. Além dos atos preparatórios, as investigações apontaram que nos grupos, os membros também comemoravam os recentes atos em Orlando e Nice. De acordo com o ministro da Justiça, um dos presos figurava como um líder e pedia que os outros começassem a pensar formas de financiamento. Os atos de preparação não tinham alvos definidos, mas os ataques deveriam ser feitos com armas e não bombas. Para o ministro, essa célula não era devidamente organizada pois “uma célula organizada não compraria armas pela internet”. Uma ONG também está sendo investigada. O presidente da organização teve decretada a sua condução coercitiva, por suspeita de apologia ao Estado Islâmico. A ONG, assim como os 10 presos, está acobertada por sigilo como pessoa jurídica e pessoa física, respectivamente. Questionado sobre como foram feitas as investigações e a interceptação de mensagens, já que os aplicativos WhatsApp e Telegram não fornecem informações dos usuários, o ministro disse que responder a essa pergunta atrapalharia as investigações. O Ministro encerrou a coletiva reiterando que não há aumento de risco de atos terroristas no Brasil. "Não há probabilidade de que haja um ato terrorista no Brasil durante as olimpíadas. Dentro das possibilidades, qualquer ato preparatório, por mais insignificante que seja, levará a prisão preventiva de 30 dias".   Foto de Capa: Divulgação