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Servidores realizaram um protesto na última terça-feira (12); entre as queixas, estão a falta de pagamento das diárias das acomodações, ausência de fogão, cama e colchões, bem como o trabalho superior a 60 horas semanais
Por Redação
Agentes da Força Nacional reclamam das más condições sob as quais estão trabalhando no Rio de Janeiro para reforçar a segurança durante as Olimpíadas, que começam em 22 dias. Entre as queixas, estão a falta de pagamento das diárias das acomodações, ausência de fogão, cama e colchões, bem como o trabalho superior a 60 horas semanais. Parte da tropa, inclusive, considera abandonar o serviço.
Diante das dificuldades, os agentes fizeram um ato nesta terça-feira (12) no bairro do Anil, próximo a Jacarepaguá, reivindicando melhores condições de trabalho e moradia. Segundo o relato de um dos membros da Força Nacional, que viralizou nas redes sociais, as folgas dos servidores têm menos de 24 horas, já que precisam estar prontos para o serviço duas horas antes e que demoram mais duas horas para chegarem ao local de descanso.
Por fim, o agente aponta que, a menos de um mês para as Olimpíadas, os servidores tiveram que comprar os próprios colchões para dormir, pois não receberam os itens necessários. O servidor ressalta ainda que metade do contingente já pensa em deixar as atividades, inclusive cerca de 200 pessoas recém-chegadas de Santa Catarina.
Leia o depoimento na íntegra:
"Estou trabalhando aqui no rio, para a Olímpiada! Vim para o contingente da força nacional!
Queríamos denunciar o abuso que está acontecendo. Estamos trabalhando mais de 60 horas semanais, numa escala de 12 por 24. Onde essas 24 horas de folga se tornam 16, pois temos que estar prontos duas horas antes do início do serviço, e quando largamos o serviço levamos quase duas horas para chegar no local de descanso!
Descanso esse que foi fornecido pela caixa, uns apartamentos, no meio de uma favela, ontem nos falta água para tomar banho, onde não podemos ter fogão para fazer comida, temos que ficar fazendo engenhocas para comer! Temos apenas uma farda, e não podemos nem ter um varal na rua para que ela seja lava e seca.
Sem contar o serviço de 12 horas que é em pé, com um fuzil na mão, onde não podemos nem descansar! Temos tempo contato para comer, e se quisermos por acaso tirar um cochilo, esse cochilo é no chão duro! Como segue na foto que vou te mandar!
Quando estou de serviço das 7 às 19. Me acordo às 4 da manhã para as 5 estar pronto. Chego no meu local de trabalho e fico até as 19. Onde só chego no local onde seria meu conforto de descanso, quase 21 horas!
Sem contar que as diárias prometidas não estão sendo pagas, nem mt menos a diária que seria dobrada como tbm foi prometido. Estamos com menos de 3500 homens e mulheres aqui, em condições sub-humanas. Estamos dormindo em colchão de ar, que tivemos que comprar pois não nos forneceram beliches nem colchões. Falta quase um mês para a Olimpíada, e mais da metade do efetivo inclusive os 200 quem vieram de Santa Catarina estão pensando em abandonar o barco, nessas condições ficaremos doentes, e não conseguiremos prestar um serviço de excelência que nos é cobrado!
Estamos sendo cobrados ao extremo, e o nosso comando nos ameaça, pois perdeu o controle da sua tropa!
Tropa está que esta adoecendo e pedindo socorro"
Foto: Reprodução/Facebook