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Verônica Pimenta, da Rádio Inconfidência, fazia entrevistas com famílias que estavam sendo retiradas de uma ocupação em Belo Horizonte quando teve seu microfone tomado por policiais, pouco antes de ser presa. Jornalista prestou depoimento e responde a processo por "desobediência". Sindicato dos Jornalistas fala em "ação arbitrária contra o trabalho dos jornalistas". Assista
Por Redação
A Polícia Militar de Belo Horizonte (MG) prendeu, na manhã desta segunda-feira (20), a repórter Verônica Pimenta, da Rádio Inconfidência. A jornalista cobria uma ação de retirada de famílias de uma ocupação na capital mineira quando foi abordada por um agente, que tomou o seu microfone.
- PM: “Ele está dando uma ordem pra você” (e desliga à força o microfone da repórter)
- Repórter: “Por que você tirou isso aqui?” (o cabo do microfone)
- PM: “Pra você sair do local” (em seguida a repórter é cercada por policiais e é presa)
Pimenta prestou depoimento, foi liberada e responde agora a processo por "desobediência".
Em entrevista à Rádio Itatiaia, a repórter afirmou que não sabia que estava em área restrita e que avisou ao PM que sairia assim que terminasse a gravação. Os PMs, de acordo com a jornalista, foram agressivos e, então, lhe deram voz de prisão.
Em nota de repúdio prisão da repórter, o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais classificou o episódio como mais uma "ação arbitrária e ilegal da Polícia Militar de Minas Gerais contra o trabalho dos jornalistas" e destacou que este não é um "caso isolado".
"Ele se soma a outras ações arbitrárias e violentas cometidas contra os jornalistas nos últimos meses".
Confira a íntegra da nota.
Nota Oficial: Sindicato repudia mais uma violência da PM contra jornalista
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais vem a público repudiar veementemente mais uma ação arbitrária e ilegal da Polícia Militar de Minas Gerais contra o trabalho dos jornalistas, que desta vez atingiu a repórter Verônica Pimenta, da Rádio Inconfidência.
Verônica foi detida e conduzida a uma delegacia por policiais militares quando cobria o despejo de moradores das ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira, na região de Venda Nova, na manhã desta segunda-feira 20/6/16. Não foi um ato isolado, ele se soma a outras ações arbitrárias e violentas cometidas contra os jornalistas nos últimos meses.
No dia 29 de dezembro de 2015, os jornalistas da TV Alterosa que paralisavam o trabalho foram surpreendidos pela presença intimidadora de mais de 100 policiais da Tropa de Choque da PM na porta da emissora. No dia 12 de agosto de 2015, jornalistas foram atingidos por balas de borracha e gás de pimenta quando cobriam manifestação de estudantes pelo passe livre no centro de Belo Horizonte. Durante as manifestações populares da Copa do Mundo, vários episódios semelhantes já haviam ocorrido.
O Sindicato tem sistematicamente denunciado essas ações ilegais e agido junto às autoridades para que elas sejam punidas e não se repitam. Nenhum resultado no entanto foi obtido até hoje, o que mostra que estamos diante de uma PM fora de controle, que conserva ainda métodos da época da ditadura. Uma polícia que precisa ser desmilitarizada para obedecer ao comando do governo civil e se integrar definitivamente à democracia.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais