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Psicanalista, que integrou a Comissão Nacional da Verdade, diz que defensores da democracia precisam conquistar “gente mal informada” que está no meio entre “nós” e “eles”
Por Redação
Integrante da Comissão Nacional da Verdade, a psicanalista Maria Rita Kehl defendeu que as manifestações contra o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff são fruto da luta de classes. Para ela, é importante que a militância em favor do Estado Democrático de Direito conquiste a opinião de “gente mal informada”, que está no “meio entre nós e eles”.
O escritor e jornalista Fernando Morais, um dos mais destacados biógrafos do país, afirmou que a imprensa tradicional vai perseguir o ex-presidente e agora ministro-chefe da Casa Civil, Lula, enquanto até o fim da vida dele. “São os mesmos que atacaram Getúlio Vargas em 1945 e 1950 e o levaram ao suicídio em 1954, que tentaram três golpes contra Juscelino Kubitschek e articularam contra a posse de Jango em 1961 e fomentaram a deposição dele em 1964”, afirmou.
Maria Rita e Morais participaram do ato em defesa da legalidade democrática realizado nesta quarta-feira (16/03) no Tuca (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo. O encontro lotou a plateia do teatro, com capacidade para mais de 600 pessoas, e reuniu outras centenas de pessoas na porta da universidade, que acompanharam o ato em um telão. O apresentador da manifestação foi o ator Sérgio Mamberti. Representando a Cooperativa Paulista de Teatro, Dorberto Carvalho leu um manifesto de artistas em que eles prometem “resistir ao golpe em andamento”.
Líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos afirmou que, mesmo críticos ao governo, os movimentos sociais não irão se calar diante da possibilidade de golpe. O professor de Economia Luiz Gonzaga Belluzzo afirmou ainda que só quem viveu a perda da democracia sabe valorizá-la. Durante o ato, foi apresentado também um vídeo em que o ex-presidente do Uruguai revela sua preocupação com a situação do Brasil e pede respeito à ordem democrática. A manifestação foi encerrada com o “Hino da Legalidade”, em referência ao movimento liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, para garantir a posse de Jango em 1961.