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Um espaço com 30 chalés em Caraguatatuba (SP) que deveria servir como centro de recuperação de dependentes químicos virou a casa de uma funcionária pública que se intitula amiga do prefeito Antônio Carlos da Silva (PSDB)
Por Redação
Um espaço público feito para abrigar mais de 60 dependentes químicos em Caraguatatuba, litoral de São Paulo, abriga atualmente somente duas pessoas, nenhuma delas dependente: Bruna de Oliveira da Silva, funcionária pública, e sua mãe, Gorete Fátima de Oliveira. Ambas estão no local desde 2012 e, pelas redes sociais, se intitulam como "amigas" do prefeito Antônio Carlos da Silva (PSDB). Há em seus perfis no Facebook, inclusive, fotos com o prefeito e no interior do imóvel. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Com trinta chalés, duas piscinas, salão de jogos e playground, a área pertencia à categoria dos delegados de polícia, que a utilizava como colônia de férias. Em 2011, no entanto, a prefeitura desapropriou o espaço para transformá-lo no Centro de Recuperação de Mulheres Dependentes, que funcionou até dezembro de 2013 em um convênio com a igreja Renascer.
De acordo com a secretaria de Assistência Social do município, o serviço foi interrompido pois não havia demanda suficiente. Já a igreja alega que a prefeitura "rescindiu o contrato sem dar explicações".
[caption id="attachment_70430" align="aligncenter" width="361"] Prefeito Antonio Carlos da Silva (PSDB) na inauguração do centro. (Foto: divulgação)[/caption]
A prefeitura confirma que as duas mulheres vivem no local desde 2012 mas não explica o motivo pelo qual o espaço foi destinado a elas. À reportagem da Folha, vizinhos relataram que recorrentemente há uma movimentação maior no espaço e que o local toma "características de uma pousada". Em nota, a prefeitura afirmou que o imóvel de 4.095 m² é utilizado para abrigar o reforço policial que chega na cidade para a alta temporada.
O centro de recuperação que virou casa da amiga do prefeito era o único do tipo na cidade. Atualmente, mulheres com dependência química de Caraguatatuba têm que recorrer a centros de referência no Vale do Paraíba. De acordo com a prefeitura, há um projeto para se construir um novo centro no município mas ainda não há previsão de início.
Foto: Divulgação