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Superando a desconfiança dos críticos, a reserva já responde hoje por 28% de todo o petróleo que se produz no país e rende dez mil barris diários a mais do que se previa quando foi anunciada, em 2007; modelo de "partilha" garante que aumento da produção seja revertido em benefícios para os cidadãos
Por Redação
Em 2007, quando o governo brasileiro anunciou a descoberta do pré-sal - uma das maiores reservas de petróleo do mundo -, muitos duvidaram da viabilidade de se retirar o recurso a mais de 5 mil metros de profundidade e distante mais de 300 km da costa. Dados recentes da Petrobras, no entanto, superam essa desconfiança e mostram que o crescimento da produtividade na reserva, bem como a queda nos custos, já faz do pré-sal uma realidade concreta e vantajosa.
A produção não para de crescer. Em março deste ano, por exemplo, foram produzidos 672 mil barris/dia (28% de toda a produção nacional), superando os 395 mil barris de 2014 ou os 42 mil de 2010. Além disso, a produtividade na reserva está bem acima de todas as previsões iniciais. Quando anunciado, calculou-se que os poços do pré-sal renderiam de 15 a 20 mil barris diários. Hoje, a média é de 25 mil.
Para se ter uma ideia, com poucos anos de operação, a produtividade do pré-sal já supera a do Golfo do México (10 mil barris por dia) e do Mar do Norte, na Europa (15 mil barris por dia).
Outra expectativa que foi superada é a do preço. Em 2007, estimava-se que, para que a reserva fosse viável, o barril deveria custar US$45. Na semana passada, no entanto, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, disse que a produção continua viável com o preço dos barris caminhando a números bem mais baixos, em torno de US$9.
“Nós podemos garantir que o pré-sal é viável com um custo de produção de nove dólares por barril. Se considerarmos que duas unidades de produção ainda não estão produzindo com sua capacidade total, o custo de produção será menor ainda. A eficiência operacional em torno de 92% contribuiu significativamente para atingirmos estes baixos custos”, disse.
Graças ao modelo de exploração definido para a reserva, quem mais ganha com o aumento da produtividade é a própria população. Como foi escolhido o modelo de "partilha", a Petrobras tem, pelo menos, 30% de participação nos consórcios de exploração e a lei brasileira garante que 75% dos royalties do pré-sal devem ser aplicados na área de Educação e 25% em Saúde.
Foto: Wikimedia Commons