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No Facebook, José Júnior insinuou que o garoto morto no Complexo do Alemão tinha ligações com o crime; após ser criticado por internautas, ele apagou a postagem
Por Maíra Streit
A doméstica Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo de Jesus Ferreira, morto durante uma ação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, disse que irá processar o fundador da ONG Afroreggae, José Júnior. Após dar depoimento na Divisão de Homicídios na noite de ontem (15), ela comentou com a imprensa sobre as declarações divulgadas pelo ativista de que o garoto teria envolvimento com o crime.
"Eu só vou falar com vocês uma coisa, que eu só quero mandar um recado para o José Junior, o líder do Afroreggae, que ele colocou na internet que o meu filho é bandido, que criança morta de 10 anos no Alemão é bandido. Eu quero dizer que bandido é ele. Meu filho não é bandido. Meu filho é uma criança que estudava, que tinha projeto na escola", enfatizou.
"Como é que ele bota umas coisas dessas na internet sem saber quem somos nós?", questionou. "Meu filho é uma criança inocente que morreu inocentemente". Ela voltou ao Rio de Janeiro, após o enterro do filho no Piauí, para participar da reconstituição do assassinato de Eduardo, prevista para acontecer nesta sexta-feira (17).
A postagem que revoltou Terezinha foi editada por José Júnior no Facebook e, com a repercussão negativa, foi apagada logo depois. “Esse menino segundo informações era bandido. Provavelmente se fosse bandido poderia ter matado um policial se tivesse oportunidade. A questão é quem está ganhando com essa guerra? Famílias inteiras sendo dilaceradas. Parte do efetivo do Complexo do Alemão e outras favelas tem como mão de obra meninos e meninas”, ele escreveu na ocasião.
Procurada pela Fórum, a assessoria do Afroreggae informou que deve divulgar uma nota ainda hoje com o posicionamento da entidade sobre o assunto.
Confira abaixo a publicação de José Júnior:
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Foto de capa: Voz da Comunidade