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Cartazes e faixas traziam fotos, nomes, telefones e e-mails dos parlamentares, ao lado dos dizeres “Procurados. Ladrões de Direitos”; a ideia foi expor os deputados que se colocaram contra os trabalhadores na votação do PL 4.330
Por Maíra Streit, de Brasília
Nesta quarta-feira (15), sindicalistas protestaram na região central de Brasília contra o projeto de lei 4.330/04, que regulamenta a terceirização de trabalhadores no país. A estratégia adotada pela organização do ato foi expor cada um dos deputados federais do DF que votaram pela aprovação do PL na Câmara.
Faixas e cartazes traziam fotos, nomes, telefones e e-mails dos parlamentares, ao lado dos dizeres “Procurados. Ladrões de Direitos”. De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/DF), Rodrigo Britto, a ideia foi implementada para que os trabalhadores fiquem sabendo quem defende ou não os direitos dos cidadãos.
Ele conta que os deputados foram procurados pela entidade e muitos se comprometeram a votar contra o projeto de lei, mas mudaram de postura na última hora. Segundo Britto, a pressão do empresariado na Casa faz com que os trabalhadores acabem prejudicados. “Com o financiamento privado das campanhas, o empresariado cobra a fatura e os deputados acabam não defendendo a vontade de quem votou neles”, destaca.
Para o presidente da CUT/DF, o escracho de hoje deve servir de exemplo também para os senadores. Ele diz que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), já sinalizou que deve abrir o debate com as centrais sindicais sobre o assunto, diferentemente do que fez Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que comanda a Câmara.
Na capital federal, cerca de 1.500 pessoas participaram da atividade, segundo a organização, que distribuiu panfletos e balões pretos com a mensagem “Não ao PL 4.330. Não à escravidão”. Várias categorias resolveram cruzar os braços em adesão ao protesto, como bancários, vigilantes e trabalhadores da limpeza urbana.
Segundo a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect/DF), Amanda Corcino, que coordenou a paralisação entre os filiados, o objetivo do ato foi ressaltar a precarização do trabalho que pode vir como consequência das terceirizações. “A rotatividade entre os terceirizados é muito maior, assim como o número de acidentes de trabalho. Isso também influencia na qualidade dos serviços prestados”, explica.
Foto de capa: Facebook/CUT