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Em depoimento na CPI da Petrobras, Foster disse que, apesar dos mecanismos de controle de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) terem melhorado a gestão da companhia, ela tomou conhecimento das irregularidades pela operação da polícia; ex-presidente destacou ainda que episódio trará “muitos aprendizados” para a empresa
Por Luciano Nascimento, da Agência Brasil
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, a ex-presidenta da empresa Graça Foster disse que apesar dos mecanismos de controle de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) terem melhorado a gestão da companhia, a corrupção foi descoberta pela polícia.
"Eu defendo os órgãos de controle da Petrobras, mas o grande descobridor [da corrupção na empresa] foi a Polícia Federal. Não posso negar que tanto o TCU [Tribunal de Contas da União], quanto a CGU [Controladoria-Geral da União] colaboram com a nossa gestão”, destacou Foster. Acrescentou que não foi a transparência da estatal ou um auditor independente o responsável pela descoberta dos problemas. Ela frisou que a corrupção na Petrobras foi apurada “pelas investigações da polícia".
De acordo com Graça Foster, a Operação Lava Jato trará "muitos aprendizados" para a empresa mas, mesmo assim, a Petrobras tem superado as barreiras e a estatal ficou surpresa com a deflagração da Lava Jato.
"Essa operação atrasa nosso balanço e isso dificulta o acesso ao mercado financeiro. Mas, em 2014, com toda dificuldade, batemos os recordes da Petrobras", ressaltou a ex-presidenta. Ela disse que o atual presidente, Aldenir Bendine, está trabalhando para que a empresa apresente o balanço e "vire a página".
Foster, que se aposentou da Petrobras, falou sobre as denúncias envolvendo a formação de cartel nas licitações para a realização de obras da empresa, investigadas na Lava Jato. Segundo ela, "mesmo à distância", a preocupação maior é com a manutenção dos empregos. “A Operação Lava Jato levou a Petrobras a determinadas situações preventivas a respeito de diversas empresas apontadas como parte de um cartel. Só isso já impede, atualmente, a Petrobras de continuar contratando-as”.
A ex-presidenta acrescentou que o governo já está agindo para harmonizar esse quadro. “Acredito em uma situação em que o governo possa se harmonizar, para a manutenção de empregos no Brasil. Sou defensora do emprego dentro da racionalidade. Temos condições de manter dentro da racionalidade, dentro da competitividade", afirmou.
Ao ser perguntada a respeito da taxa de extração nas bacias do pré-sal, Foster disse que ficam em torno de 85%, chegando a 100% em algumas bacias. "É a oportunidade real, devemos estar de olho na economia para poder fazer o melhor aproveitamento das reservas". Ela defendeu as descobertas do pré-sal como "grande oportunidade" para o país.
Foto de capa: Marcelo Camargo/ABr