Brasil vive 'epidemia inaceitável' de cesáreas, diz ministro

Segundo Arthur Chioro, taxas são alarmantes e muito superiores às recomendadas pela OMS de que 15% dos partos sejam realizados de forma cirúrgica

Nos hospitais privados, índice de cesarianas chega a 84% (Tânia Rêgo/ABr)
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Segundo Arthur Chioro, taxas são alarmantes e muito superiores às recomendadas pela OMS de que 15% dos partos sejam realizados de forma cirúrgica

Da Redação

[caption id="attachment_58438" align="alignleft" width="370"]Nos hospitais privados, índice de cesarianas chega a 84% (Tânia Rêgo/ABr) Nos hospitais privados, índice de cesarianas chega a 84% (Tânia Rêgo/ABr)[/caption]

Em bate-papo com internautas, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, defendeu a valorização do parto normal e disse que o país vive uma “epidemia alarmante” de cesarianas. A conversa foi realizada nesta quinta-feira (5). Chioro afirmou ainda que é “preciso dar condições para que essa escolha seja a melhor para a vida da mulher e para o bebê”.

No início do ano, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicaram uma resolução que busca estimular o parto normal. Nos hospitais privados, o índice de nascimentos por meio cirúrgico chega a 84,6%, considerado extremamente alto e alarmante pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A recomendação do órgão é 15%. Muitas mulheres reclamam que são levadas a fazerem uma cesariana sem necessidade por influência dos médicos. A resolução busca garantir à mulher a possibilidade de conhecer o histórico do médico e acesso à informação, garantindo seu direito de escolha em casos que a cirurgia não é necessária. As operadoras deverão orientar os profissionais a utilizarem partogramas, espécie de documento com registros do trabalho de parto, para que procedimentos desnecessários sejam evitados.

De acordo com o ministro, “nada justifica o que estamos vivendo no Brasil”. Chioro ainda explicou que as taxas de mortalidade materna são três vezes maiores nas cesáreas do que no parto normal. Já os índices de mortalidade infantil são 24% superiores.

Leia na Fórum desta semana reportagem especial: Parto humanizado: a mulher como protagonista