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A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, considera que o índice divulgado pelo Pnud não reflete os avanços dos últimos quatro anos
Por Carolina Sarres, na Agência Brasil
O governo brasileiro contestou hoje (24) os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em que o país aparece como 79º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013 e informou que os dados usados pelo órgão das Nações Unidas (ONU) são desatualizados. Para compor o índice, foram usadas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009 e 2010 e de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2012.
De acordo com um cálculo feito pelo governo, se fosse usadas as informações disponíveis atualizadas - Pnad de 2012 e 2013 e indicadores da OCDE de 2013 -, o Brasil ficaria em 67º lugar no ranking de 187 países. Segundo relatório do Pnud, o Brasil ficou com IDH 0,744, o que classifica o país como de alto desenvolvimento humano por registrar nota acima de 0,7. O índice varia de 0 a 1, que é o grau máximo.
Ainda assim, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, considera que o índice divulgado pelo Pnud não reflete os avanços dos últimos quatro anos. De acordo com ela, essa avaliação desatualizada tem ocorrido nos últimos três anos e fez com que o Brasil entrasse em contato com o órgão, na tentativa de evitar que isso se repita. “Continuaremos discutindo [com o Pnud] para que sejamos avaliados por dados que reflitam os resultados das políticas públicas no Brasil”, disse Tereza.
Segundo a ministra, o IDH de outros países foi calculado de acordo com dados estatísticos mais atualizados, o que deveria ter sido feito também com o Brasil.
Conforme o cálculo apresentado pelo governo, em dois dos três critérios usados pelo Pnud para medir o IDH há diferenças estatísticas. Em relação à esperança de vida ao nascer, o dado usado pelo órgão da ONU foi 73,4 anos. O mais atual seria 74,8 anos.
Em relação à expectativa de anos de estudos e à média de anos de estudo da população adulta, foram considerados 15,2 anos e 7,2 anos, respectivamente. As informações atualizadas seriam 16,3 anos e 7,6 anos, respectivamente. Em relação à renda nacional bruta per capita, foram mantidos os US$ 14.275.
A ministra Tereza Campello avaliou ainda que o IDH mede a redução da desigualdade, mas não é capaz de captar detalhes do processo. “Sabe-se que a renda de todos cresceu, mas a renda que mais cresceu foi a dos mais pobres. Outro ponto é o combate à pobreza extrema, que não é medida só por meio de renda, mas por medidas multidimensionais”, explicou.
Para o ministro da Educação, Henrique Paim, a condicionalidade de frequência escolar imposta pelo Bolsa Família e as políticas de ação afirmativa foram os principais responsáveis pelos avanços verificados na educação. “O que ocorreu foi uma grande evolução nesse processo. O posicionamento em relação ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e à América do Sul é avançado. O processo de inclusão é reconhecido nesse relatório e a combinação de políticas é o segredo para que possamos avançar”, disse Paim.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o ganho de 11,2 anos em relação à expectativa de vida do brasileiro entre 1980 e 2013 é extremamente favorável. Outros pontos considerados positivos por ele foram a redução da mortalidade infantil, a redução nos casos de mortes por doenças crônicas não transmissíveis e o declínio de mortes em acidentes de trânsito.
“Foi um resultado positivo em relação à evolução do indicador. Essa expectativa de vida não é acaso, mas uma combinação de elementos extremamente importantes”, informou Chioro.
Foto: Agência Brasil