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O governo do Rio Grande do Sul realizará uma série de audiências e escutas sobre a Copa, abertas à participação de qualquer cidadão pela internet
Por Vinicius Wu, em Leitura Global
[caption id="attachment_41299" align="alignleft" width="300"] Protestos em Porto Alegre 2013
(Foto WikiCommons)[/caption] Uma nova realidade política foi aberta após os protestos de junho de 2013. Há elementos novos a incidir sobre o comportamento de numerosos grupos sociais, da mídia, dos partidos e das corporações. A Copa do Mundo pode vir a reunir diversas tensões e provocar novas mobilizações – talvez não tão numerosas – porém, marcadas por uma dinâmica ainda mais caótica e radicalizada. Não seria recomendável aos governantes uma postura contemplativa nos próximos meses. É hora de dialogar.A nova conjuntura aberta após junho acentuou o déficit de legitimidade das instituições públicas em geral. Há um amplo questionamento que atinge partidos, Congresso, governos, mídia, sindicatos, etc. E, embora muitos evitem aceitar, o fato é que há uma mudança profunda no comportamento dessas instituições. Todas elas enfrentam grande dificuldade em se posicionar, por exemplo, sobre o tema da violência nas manifestações pós-junho.A mídia – evitando repetir os erros de 2013 – flerta com os movimentos por um lado e clama por ações de força do Estado por outro. Os governos, em geral, sabem que o uso desmedido da força pode desencadear reações imprevisíveis, novas mobilizações e a condenação da opinião publica. Os partidos simplesmente fingem que não veem o que ocorre e evitam se desgastar num ano eleitoral. Então, dessa forma, vivemos uma certa banalização do que se convencionou chamar de “vandalismo”. Ao mesmo tempo, percebe-se que diversos setores sociais não apenas adquiriram a consciência de que é possível se mobilizar, como também apostam enormemente em sua capacidade de constranger o poder público no período da Copa e sentem-se encorajados a apresentar suas pautas, muitas vezes de forma radicalizada. Numerosos exemplos começam a pipocar pelo país. E no meio disso tudo encontra-se o debate sobre a Copa do Mundo. E o primeiro erro a ser cometido pelos governos é o de achar que o apoio ao mundial, revelado por pesquisas de opinião, resolve todo o problema das mobilizações anti Copa. É preciso reconhecer que há muita desinformação e isso favorece a atuação de setores oportunistas. Também há de se considerar que há uma parcela da oposição que, irresponsavelmente, vê as mobilizações durante a Copa como uma forma de alterar o cenário nacional até aqui favorável a Dilma. É hora dos governos democráticos e populares lançarem-se ao diálogo e envolver amplos segmentos sociais numa reflexão que considere os questionamentos legítimos e isole as frações oportunistas e/ou de direita infiltradas nesses movimentos. O Governo do Rio Grande do Sul realizará uma série de audiências e escutas sobre a Copa, abertas à participação de qualquer cidadão através da internet. Mais uma vez, o Gabinete Digital estará aberto ao debate direto e franco sobre questões que mobilizam importantes setores sociais. Será um momento de construir sínteses e proposições concretas, que minimizem tensões e proporcionem um canal efetivo de acolhimento às reivindicações sociais relacionadas ao evento de 2014. Esperamos contribuir, dessa forma, não apenas para a boa realização da Copa no Brasil, mas, principalmente, para que nossa democracia saia desse processo fortalecida e revigorada para os desafios do futuro.
(Foto WikiCommons)[/caption] Uma nova realidade política foi aberta após os protestos de junho de 2013. Há elementos novos a incidir sobre o comportamento de numerosos grupos sociais, da mídia, dos partidos e das corporações. A Copa do Mundo pode vir a reunir diversas tensões e provocar novas mobilizações – talvez não tão numerosas – porém, marcadas por uma dinâmica ainda mais caótica e radicalizada. Não seria recomendável aos governantes uma postura contemplativa nos próximos meses. É hora de dialogar.A nova conjuntura aberta após junho acentuou o déficit de legitimidade das instituições públicas em geral. Há um amplo questionamento que atinge partidos, Congresso, governos, mídia, sindicatos, etc. E, embora muitos evitem aceitar, o fato é que há uma mudança profunda no comportamento dessas instituições. Todas elas enfrentam grande dificuldade em se posicionar, por exemplo, sobre o tema da violência nas manifestações pós-junho.A mídia – evitando repetir os erros de 2013 – flerta com os movimentos por um lado e clama por ações de força do Estado por outro. Os governos, em geral, sabem que o uso desmedido da força pode desencadear reações imprevisíveis, novas mobilizações e a condenação da opinião publica. Os partidos simplesmente fingem que não veem o que ocorre e evitam se desgastar num ano eleitoral. Então, dessa forma, vivemos uma certa banalização do que se convencionou chamar de “vandalismo”. Ao mesmo tempo, percebe-se que diversos setores sociais não apenas adquiriram a consciência de que é possível se mobilizar, como também apostam enormemente em sua capacidade de constranger o poder público no período da Copa e sentem-se encorajados a apresentar suas pautas, muitas vezes de forma radicalizada. Numerosos exemplos começam a pipocar pelo país. E no meio disso tudo encontra-se o debate sobre a Copa do Mundo. E o primeiro erro a ser cometido pelos governos é o de achar que o apoio ao mundial, revelado por pesquisas de opinião, resolve todo o problema das mobilizações anti Copa. É preciso reconhecer que há muita desinformação e isso favorece a atuação de setores oportunistas. Também há de se considerar que há uma parcela da oposição que, irresponsavelmente, vê as mobilizações durante a Copa como uma forma de alterar o cenário nacional até aqui favorável a Dilma. É hora dos governos democráticos e populares lançarem-se ao diálogo e envolver amplos segmentos sociais numa reflexão que considere os questionamentos legítimos e isole as frações oportunistas e/ou de direita infiltradas nesses movimentos. O Governo do Rio Grande do Sul realizará uma série de audiências e escutas sobre a Copa, abertas à participação de qualquer cidadão através da internet. Mais uma vez, o Gabinete Digital estará aberto ao debate direto e franco sobre questões que mobilizam importantes setores sociais. Será um momento de construir sínteses e proposições concretas, que minimizem tensões e proporcionem um canal efetivo de acolhimento às reivindicações sociais relacionadas ao evento de 2014. Esperamos contribuir, dessa forma, não apenas para a boa realização da Copa no Brasil, mas, principalmente, para que nossa democracia saia desse processo fortalecida e revigorada para os desafios do futuro.