Ativistas acusam a emissora de monopólio, corrupção, promiscuidade política e manipulação
Da Redação
[caption id="attachment_26571" align="aligncenter" width="600"] (Reprodução)[/caption]Diversos ativistas que defendem a democratização da comunicação marcaram um ato para a próxima quinta-feira (11), às 17h, em frente a sede da Rede Globo em São Paulo. De acordo com a página da manifestação no facebook, o ato tem o objetivo de combater o monopólio, a corrupção, a promiscuidade política e a manipulação realizada pela emissora.
Segundo os ativistas, o “cenário na televisão brasileira é de quase monopólio. Na TV aberta, a Globo controla 73% das verbas publicitárias, embora tenha 43% da audiência. A Globosat participa de 38 canais de TV por assinatura e tem poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que juntas controlam 80% do mercado. No Rio de Janeiro, o grupo controla os principais jornais, TVs e rádios, situação que seria proibida nos Estados Unidos e em vários países da Europa, onde há regulação democrática da mídia”.
O texto de convocação para o ato diz que várias afiliadas da Globo são controladas por políticos envolvidos em escândalos de corrupção. Os ativistas citam como exemplos a TV Mirante, afiliada da Globo no Maranhão controlada pela família Sarney; e a TV Gazeta, afiliada da emissora em Alagoas, controlada pelo senador Fernando Collor.
Sobre a corrupção, os ativistas argumentam que o crescimento da TV Globo na década de 60 “se deu a partir de um acordo técnico ilegal com o grupo Time-Life, que mereceu uma CPI, mas foi abafado”. Citam ainda que “recentemente veio à tona uma operação fraudulenta da empresa para sonegar impostos na compra dos direitos de exibição da Copa do Mundo de 2002”. Segundo os ativistas, a Rede Globo ainda vende espaços editoriais para divulgação de filmes e artistas. “Uma verdadeira grilagem eletrônica que a faz absorver recursos incentivados do cinema nacional”, enfatiza o texto.
De acordo com os defensores da democratização da comunicação, a Rede Globo atua como um partido político e direciona seu noticiário segundo seu posicionamento conservador.
“A emissora [Globo] opera como um partido político, direcionando o noticiário jornalístico a partir de suas opiniões conservadoras (seu ‘programa político’) e buscando definir a agenda pública a partir de entrevistados que têm visões alinhadas. A mudança na abordagem dos protestos simboliza bem a transição entre a deslegitimação e a tentativa de cooptação a partir de sua própria pauta. Momentos grosseiros de manipulação, como o das diretas já ou a eleição de Collor, ainda existem, mas perdem espaço para uma manipulação mais sutil, sofisticada e cotidiana”.