Cervejaria pode ser obrigada a pagar R$ 6 milhões por “publicidade preconceituosa”

Na publicidade da marca Devassa negra, empresa afirma que "é pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra"

Campanha foi considerada uma “publicidade preconceituosa”
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Na publicidade da marca Devassa negra, empresa afirma que "é pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra" Por Igor Carvalho [caption id="attachment_32306" align="alignleft" width="300"] Campanha foi considerada uma “publicidade preconceituosa”[/caption] A empresa Brasil Kirin (antiga Schincariol) é alvo de um processo administrativo aberto nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Justiça, por conta de uma publicidade veiculada entre os anos 2010 e 2011. No anúncio de um novo produto, a cerveja Devassa negra, o anúncio veiculado em mídia impressa afirmava que “é pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra. Devassa negra encorpada”. Por conta dessa peça publicitária, a empresa pode ser multada em até R$ 6 milhões. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Amaury de Oliva, afirmou que houve abuso na campanha. “Há entendimentos de vários órgãos de que há indícios de publicidade preconceituosa. Há uma foto de uma moça negra, comparando-a com uma cerveja.” A Brasil Kirin tem 10 dias para apresentar sua defesa. A empresa, que é investigada desde 2011 pela publicidade, não reconhece abusos da campanha, argumentando que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) nunca suspendeu o anúncio. Caso haja condenação, a multa recolhida será encaminhada ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça, que os aplica em ações de proteção ao meio ambiente, do patrimônio público e da defesa de consumidores.