Mais de 68% dos encarcerados no Piauí são presos provisórios

Foram analisados 1,5 mil processos em tramitação no estado e se constatou que a Justiça deixou de conceder cerca de 200 benefícios penais

(Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ)
Escrito en BRASIL el
Foram analisados 1,5 mil processos em tramitação no estado e se constatou que a Justiça deixou de conceder cerca de 200 benefícios penais Por Pastoral Carcerária [caption id="attachment_34134" align="alignleft" width="300"] (Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ)[/caption] O estado do Piauí possui um dos maiores índices de presos provisórios do país, conforme informou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 14 de outubro, com base nos dados do Mutirão Carcerário, realizado nas unidades prisionais do estado, entre 15 de maio e 15 de junho. Dos 2,9 mil detentos no Piauí, 68,19% são presos provisórios, 1.958 ao todo, situação que, segundo o CNJ, compromete o sistema penitenciário e a própria ação da Justiça no estado: prazos de julgamentos extrapolam e dificultam a execução dos processos. O Mutirão Carcerário entrevistou todos os presidiários do Piauí e anotou suas principais críticas, tendo sido mais comuns as reclamações referentes ao fornecimento de água e alimentação e à demora nos julgamentos. Foram analisados 1.500 processos em tramitação no estado e se constatou que a Justiça deixou de conceder cerca de 200 benefícios penais, incluindo a progressão de regime, liberdade condicional ou extinção da pena. Nas unidades prisionais Valter Alencar e Major Cesar houve constatação do elevado número de presos portadores de transtornos mentais, internados sem laudo psiquiátrico ou acusação formal. O relatório do Mutirão indicou ações a ser adotadas para a melhoria do sistema prisional no Piauí, tais como a criação de uma rede de tratamento, organização de um espaço para aleitamento materno e mais vagas para presos do regime semiaberto no interior. Outras duas recomendações foram: a concentração, na Vara de Execução Penal de Teresina, pelo período mínimo de um ano, da emissão das guias de execução penal, a fim de padronizar os procedimentos e a segurança na tramitação das guias de todo o estado; e que o Tribunal de Justiça do Piauí, em um prazo máximo de 12 meses, promova a lotação mínima de dez servidores em cada juízo criminal, sendo um terço deles formado em Direito, para dar mais agilidade nas decisões.
Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar