Dos países latino-americanos que passaram por ditaduras militares nos anos 1970, o Brasil é o país mais atrasado no tocante aos ajustes históricos a serem feitos com o período repressivo
Por Dennis de Oliveira
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” (Voltaire)
Apesar de todas as suas limitações, a instalação da Comissão da Verdade no dia 16 de maio, foi um marco importante na construção da democracia no Brasil. Dos países latino-americanos que passaram por ditaduras militares nos anos 1970, o Brasil é o país mais atrasado no tocante aos ajustes históricos a serem feitos com o período repressivo.
O problema mais visível é o esclarecimento de situações que envolvem vítimas da repressão política que até hoje se desconhece o paradeiro. Decorrente disto, a visibilização de agentes que atuaram na repressão política, muitos deles atuando hoje sem qualquer tipo de condenação, ainda que moral.
A questão que se coloca aqui não é o temido “revanchismo”, mantra repetido pelos segmentos conservadores e por parte da mídia hegemônica. Mas sim o ajuste de contas com um período em que a prática política da violência tornou-se central. Relevar este problema tem consequências implícitas graves na atualidade, uma delas é a manutenção de uma tolerância com a violência nas práticas políticas e de agentes públicos.
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Foto Antônio Cruz/ABr