Pochmann, de posse de diversos dados e à luz das novas tecnologias, diz que o Brasil está pronto para uma jornada de 12 horas semanais – três dias, quatro horas por dia – sem nenhum prejuízo para as empresas
Por Artur Henrique (Publicado no Blog do Artur Henrique)
A propósito dessa proposta que está sendo gestada no interior do governo federal, a de abrir a possibilidade de “empregos parciais” terem carteira assinada, lembrei de um argumento do professor Marcio Pochmann que tem efeito demolidor sobre a má ideia do governo.
Pochmann, de posse de diversos dados e à luz das novas tecnologias, diz que o Brasil está pronto para uma jornada de 12 horas semanais – três dias, quatro horas por dia – sem nenhum prejuízo para as empresas e sem a necessidade de cortar salários etc, ao contrário do que pressupõe esse projeto do governo.
Ou seja, o mercado de trabalho abre, segundo o professor, a possibilidade de acolher a todos e ainda criar uma nova realidade, semelhante àquela imaginada por Marx e Engels (“fazer hoje uma coisa, amanhã outra, caçar de manhã, pescar à tarde, pastorear à noite, fazer crítica depois da refeição, e tudo isto a meu bel-prazer, sem por isso me tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico”).
A proposta do governo, se levada adiante, facilitaria ainda mais para que os empregadores manipulem o chamado exército de reserva, inclusive aumentando suas fileiras ao transformar o maior número possível de vagas de trabalho em “emprego parcial” ou temporário. E tudo isso com a vantagem de se eximir de culpa, através do truque barato, contido na proposta, de “dar carteira assinada para quem não tem”.