Novamente sob protestos, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o milho geneticamente modificado da multinacional Syngenta
Da Redação
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, novamente sob protestos de movimentos sociais e ambientalistas, a liberação do terceiro tipo de milho geneticamente modificado no Brasil. O Bt11, da multinacional Syngeta, é resistente a insetos, e foi aprovado com 15 votos a favor, dois contra e três abstenções.
A exemplo das reuniões nos meses anteriores, as divergências entre uma ala mais próxima dos grupos ambientalistas, minoritária, e a entusiasta dos transgênicos e da biotecnologia. Os primeiros buscaram adiar a votação a partir de questionamentos científicos e processuais, mas a maioria votou em bloco.
"O processo não cumpriu o rito. Não tinha parecer final da setorial vegetal. E feito sem análise de risco e sem estudos no país", afirmou o geneticista Rubens Nodari, representante do Ministério do Meio Ambiente no colegiado, ouvido pelo jornal Valor Econômico. O presidente da CTNBio, Walter Colli, defendeu a opção dos membros e disse não ter havido pressa. "O processos não foi acelerado. Ele é resultado de algo que já vinha acontecendo há dez anos", disse ao mesmo veículo.
A votação da liberação agora depende da resposta a questionamentos judiciais e à apreciação de liminar na Justiça Federal do Paraná pela criação de normas para monitoramento pós-colheita e de coexistência com variedades convencionais de milho. A Monsanto apresentou na quinta-feira, 20, o plano de monitoramento do Guardian.
Em outubro, o milho "Pacha", da mesma empresa, é o próximo na fila. Até agora, foram autorizadas a comercialização de cinco sementes transgênico. Um deles, o "Liberty Link", da Bayer CropScience passa por questionamento administrativo de Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que impede registro. O Guardian, da Monsanto, depende de não haver recursos até 4 de outubro para ser submetido ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), composto por 11 ministros. A CTNBio já havia aprovado a soja Roundup Ready (1998) e o algodão Bollgard (2003), ambos da Monsanto.