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Acusações de Olavo Carvalho levaram à confecção de um abaixo-assinado na internet de apoio a professor da Unicamp
Por Redação
O cronista de direita Olavo de Carvalho publicou, em artigos no Jornal do Brasil e Diário do Comércio acusações duras e injustificadas contra o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) João Quartim de Moraes. A solidariedade dos internautas levou à organização de um abaixo-assinado na internet.
Nos textos, Carvalho acusa Quartim de “mandante do assassinato do capitão americano Charles Chandler”, ocorrido em 1968. Escreve ainda que “na falta de realizações intelectuais, o homicídio político é uma glória curricular mais que suficiente pelos atuais critérios do establishment universitário brasileiro”.
Para Augusto Buonicore, historiador e secretário-geral do Instituto Maurício Grabóis (IMG), em artigo ao Vermelho considera que um dos motivos para os ataques foi a entrevista concedida pelo intelectual à revista Princípios sobre a esquerda militar no país. Quartim apontava o golpe militar de 1964 como marco da derrota dos setores progressistas dentro das Forças Armadas. Ele defendia ainda que os crimes cometidos durante o regime militar precisam ser esclarecidos.
A resposta veio pela internet. Usando o recurso de abaixo-assinado pela internet, da página Petition on line, 200 pessoas se solidarizaram em menos de 24 horas. Entre os signatários estão Jacob Gorender, Emir Sader, Juca Kfouri, Paulo Arantes, Fausto Castilho, Wilson Cano, Caio Navarro, Armando Boito, Francisco Carlos Teixeira, Ronaldo Chilcote, Anita Prestes, Márcio Naves, Cláudio Batalha, Muniz Ferreira, Isabel Loureiro, Virgínia Fontes, Sidney Chalhoub, Marcelo Badaró, Jorge Miglioli, Lígia Osório, Ester Vaisman, Álvaro Bianchi, Ivana Jinkings, Antônio Carlos Mazzeo, Marcelo Ridente, Bernardo Ricupero, Pedro Paulo Funari, José Claudinei Lombardi, Marcos Del Roio, José Carlos Ruy, Altamiro Borges, Silvio Costa, Diorge Konrad entre outros.
No abaixo-assinado, a manifestação de "irrestrita solidariedade" a Quartim. "Sem apresentar argumentos e razões para contestar as idéias e as concepções publicamente defendidas pelo professor de Filosofia da Unicamp, o qual, desde sempre esteve comprometido com a defesa e aprofundamento da democracia e a transformação da sociedade brasileira, o sr. [Olavo] de Carvalho, fiel às práticas obscurantistas prevalecentes na ditadura militar, recorre apenas e tão somente à agressão pessoal, ao insulto rasteiro e à calúnia desabrida", resume o texto.
Participe do abaixo-assinado
Veja o currículo do filósofo Quartim de Moraes