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Arlete Salles fez uma versão feminina daquele que se auto-intitulava “técnico mundial de turismo”.
Da Redação
Em mais um de seus quadros memoráveis, o saudoso Chico Anysio já fazia, em 1988, piada com a postura um tanto quanto “diferente” do, hoje prefeito-gestor, João Doria. A personagem Neyde Taubaté recebia, naquele programa, Joana Dória Filha, uma versão feminina do então presidente da Embratur.
Joana, que foi vivida por Arlete Salles, é apresentada por Neyde como aquela que “se auto-intitula técnica mundial de turismo e que acaba de chegar de um ‘famosésimo’ (sic) congresso, onde suas teorias foram unanimemente consideradas repugnantes”. Na época, João Doria tinha planos de transformar a seca nordestina em roteiro turístico.
Perguntada sobre o “cerne dessa que já é considerada a mais nojenta tese de turismo”, Joana responde: “Neyde querida, turismo é smoking longo. Minha teoria é simples e incontestável. Se a sua casa for de mau gosto, alguém a visitará? Ninguém. É isso. É aplicar as normas de decoração ao país.
Praticamente 30 anos depois, o discurso daquele programa continua bem atual e mostrando que desde aquela época, o atual prefeito de São Paulo já botava as asas de fora em polêmicas como essa. Isso para não citarmos as mais recentes de sua gestão, quando apagou grafites da cidade, planejou privatizar parques como o Ibirapuera e até acordou mendigos com jatos de água fria.
Teoria "simples e incontestável"
Este projeto de Doria foi noticiado em julho de 1987, pela Folha de S. Paulo: “A seca, os flagelados famintos e a caatinga nordestina poderão virar atração turística por sugestão do presidente da Embratur, João Doria Júnior, que propôs em Fortaleza (CE) a instalação de albergues turísticos na região”.
A repercussão também se deu na mesma época, na Gazeta Mercantil, que reproduziu um discurso de Doria a empresários do Ceará, em que ele disse que “a seca poderia ser um ponto de atração turística no Nordeste”. Logo, a ideia esdrúxula virou manchete: “A fome como atração turística”.
Assista ao vídeo postado no Facebook pela página De volta para o passado:
Foto: Reprodução/Facebook e André Bueno/ CMSP