As brigas nos bastidores do programa humorístico “Vai Que Cola” continuam dando o que falar. Dessa vez, o ex-roteirista da Daniel Porto disse que o clima entre o todo o elenco era tóxico e que sofreu assédio moral ao ponto de precisar de acompanhamento psiquiátrico ao longo dos 4 anos em que trabalhou na atração.
Na última semana, a equipe de roteiristas do "Vai Que Cola" endereçou uma carta que acusa a produção, a diretoria e os atores de cometerem violência psicológica contra os outros funcionários.
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Em meio à polêmica, Daniel Porto desabafou sobre sua visão e experiência dentro do programa. De acordo com ele, uma das sequelas desse período foi a síndrome de burnout que o roteirista teve de enfrentar após seu desligamento.
"O preço que paguei foi caro: um burnout digno de uma internação psiquiátrica, depressão e crise de ansiedade como presente pelo assédio moral que era feito diariamente pelos atores e equipe de criação aos roteiristas", escreveu Daniel no LinkedIn.
Outro ponto levantado por Daniel é a remuneração injusta perante as responsabilidades designadas aos roteiristas que, segundo ele, “são tão desrespeitosas quanto o tratamento dado".
"Não importa seu currículo, um roteirista recebe entre 5/6 mil reais por mês para escrever aproximadamente 10 episódios do programa, e nem um centavo a mais pelas inúmeras reexibição do programa na TV", comenta.
Ele menciona ainda sua função de Roteirista Final, pela qual recebia R$ 5 mil por episódio, além do sistema de cobranças e sobrecarga excessiva de outras demandas, bem como a necessidade de reescrever os episódios diversas vezes.
A suposta irresponsabilidade dos atores, que muitas vezes não compareciam às gravações do Vai Que Cola, junto do desrespeito com o trabalho dos roteiristas, é outro incômodo apontado por Daniel.
“Todo mundo sabia, a estrutura inteira do programa sabia e nós ficávamos vendidos tentando nos defender da maneira que nos cabia. Os nomes citados na carta são poucos. TODOS DO ELENCO, DIGO, TODOS DO ELENCO tinham comportamento TÓXICO conosco, em maior ou menor grau”, diz Daniel Porto.
As discussões iniciaram a partir da demissão de André Gabeh, ex-BBB, que fazia parte do time de roteiristas do programa. A Folha de São Paulo divulgou que André foi mandado embora a pedido do elenco de atores.
O portal Splash entrou em contato com o grupo Multishow, que se pronunciou através de uma nota dizendo que a equipe responsável está apurando o caso e as pessoas envolvidas estão sendo ouvidas.
"O Multishow está acompanhando atentamente o caso de roteiristas do Vai Que Cola que vieram a público relatar problemas de relacionamento com colegas de equipe e com o elenco do programa. Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa, com o elenco e com os profissionais que relataram supostas situações de abuso. O Código de Ética da Globo estabelece que situações de discriminação e assédio não são toleradas. Quando denúncias desta natureza chegam ao conhecimento do canal, elas são devidamente apuradas e, conforme o caso, são feitos ajustes de processos e outras medidas corretivas"