REVOLTA

Confusão em peça de Antonio Fagundes vira caso de polícia

Ator reclama de um problema frequente que ocorre com parte da plateia que atinge não só seu espetáculo no Rio, mas todo o Brasil

O ator e diretor Antonio Fagundes.Créditos: Reprodução/Instagram
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Uma grande confusão ocorreu no Teatro Clara Nunes, na Gávea, Rio de Janeiro, durante a apresentação do espetáculo “Baixa Terapia”, de Antonio Fagundes. O ator e diretor barrou um grupo de cerca de 50 pessoas que chegou atrasado, o que causou revolta entre o público impedido de entrar na sala.

A polícia teve de ser chamada para conter a ira de algumas pessoas, que chegaram a esmurrar as portas do teatro. Parte dos atrasados ainda ameaçou os funcionários da casa, depois que não conseguiu trocar os ingressos ou a devolução do dinheiro. O barulho ainda atrapalhou os atores dentro da sala de espetáculos.

“Eu me sinto até desconfortável de falar sobre isso, porque é como se a gente tivesse que explicar para as pessoas o que significa a palavra ‘começa’. Se uma peça começa às 20 horas, a pessoa não pode chegar ao teatro faltando dois minutos para as 20 horas e achar que está no direito de atrapalhar os outros”, alegou Fagundes, em entrevista ao Globo.

O ator ressaltou que esse é um problema que não atinge apenas as suas produções em cartaz no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.

Ator diz que se trata de um problema cultural

É um problema cultural, nosso. É como se fôssemos tão especiais que as coisas só pudessem começar quando a gente chega. Parei de ir ao cinema por causa disso. As pessoas são impossíveis: acendem a luz do celular e ficam falando. É um transtorno tão grande. Não quero que o público das minhas peças sofra o mesmo mal-estar”, afirmou.

As pessoas que chegam no horário combinado passam pelo mesmo problema que todas as outras pessoas na cidade. Se choveu, choveu para todo mundo. Se tinha trânsito, também. Se houve blitz, idem”, apontou o ator e diretor.

“Não tenho nenhuma pretensão de educar ninguém, mas de respeitar quem merece ser respeitado, favorecer aqueles que chegaram na hora. Não sei por qual razão as pessoas acham que, no teatro, determinadas regras que são cumpridas em locais como aeroportos e provas como o Enem deixam de existir. Ingresso é um contrato que se firma com a plateia. E está escrito lá: não pode entrar depois do início da sessão”, destacou Fagundes.