O cantor Latino é alvo de notícia-crime por intolerância religiosa. A iniciativa partiu da Secretaria Municipal de Cidadania do Rio de Janeiro e a denúncia está sendo apurada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Átila Nunes, secretário da pasta, afirma que o artista estimulou a intolerância religiosa, ao acusar adeptos de religiões de matriz africana pela morte de seu macaco, chamado Twelves, em 2018.
A acusação teria ocorrido em uma entrevista do cantor para um podcast, no dia 14. Um trecho da declaração foi anexado ao ofício:
“Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro. E aí fizeram um trabalho, sei lá, de ebó… Sei lá que p* que chama essa m* de ‘macumbaria’”, afirmou Latino.
Na avaliação de Nunes, a declaração é “uma clara violação à liberdade religiosa”.
“'É lamentável que uma pessoa pública use o seu espaço na mídia para propagar uma mensagem preconceituosa e que contribui para alimentar a intolerância contra as religiões de matriz africana. Não podemos ignorar o que aconteceu ou normalizar uma ofensa à crença do próximo”, destacou o secretário.
Crime
Intolerância religiosa é crime no Brasil. O código penal prevê multa e detenção de um mês a um ano “para quem escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa”.
A assessoria de Latino informou que ele não vai se posicionar até que seja intimado oficialmente. Nas redes sociais, o cantor divulgou uma entrevista ao jornal O Dia, na qual diz que não teve a intenção de desrespeitar a religião de outra pessoa e pede desculpas.
Com informações do G1