A cantora Ludmilla usou as redes sociais nesta sexta-feira (26) para protestar contra a decisão judicial que livrou a socialite Val Marchiori de uma denúncia de racismo movida pela funkeira. Após vencer em primeira instância, 3ª Vara Cível da Ilha do Governador, a artista foi derrotada em segunda instância, na 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Os desembargadores, por unanimidade, derrubaram a condenação que pesava contra Marchiori por injúria racial - com indenização de R$ 30 mil - por um comentário feito no Carnaval de 2016, quando disse que o cabelo da funkeira parecia "bombril" - termo usualmente utilizado para atacar a aparência de pessoas negras. "A fantasia está bonita, a maquiagem … agora, o cabelo… Hello! Esse cabelo dela está parecendo um Bombril, gente", disse na ocasião.
"Não é possível se extrair dos fatos supracitados qualquer intenção de desqualificar ou ofender a autora em decorrência de sua cor de pele, tampouco de ridicularizá-la ou depreciar a pessoa", diz trecho da decisão, que se ampara na "liberdade de expressão".
Pelas redes, Ludmilla protestou. "RACISMO NÃO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO", tuitou. "Vocês percebem agora que não é fácil como parece? Essa não é a primeira, segunda ou terceira denuncia que eu faço. Eu também não sou a primeira a passar por isso e infelizmente não sou a única. Eu não me faço de vítima não. Eu sou! Tá provado. Mas a estrutura desse país é tão racista, que eles tem a audácia de recorrer e ainda por cima comemorar vitória no Instagram", afirmou.
"Mas quer saber? Eu NÃO VOU PARAR. E não é só por mim não! Uma hora as coisas vão ter que mudar. E no que eu puder usar a minha visibilidade pra ajudar nessa mudança, eu juro pra vocês que eu vou!", disse ainda.
O termo "liberdade de expressão" foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter. A cantora Tati Quebra Barraco está entre as que se revoltou com a decisão. "Liberdade de expressão é meu cu. Esse país anda 1 passo e volta 17. Deixo minha liberdade de expressão aqui: Racista do caralho", tuitou.