O ator José de Abreu lançou sua autobiografia, intitulada "Abreugrafia", com sessão de autógrafos na noite desta segunda-feira (22), na Livraria da Travessa, em São Paulo (SP). Na última semana, a obra já havia sido lançada no Rio de Janeiro.
Entre os presentes no evento, além de fãs e amigos, muitos militantes, ativistas e políticos como o ex-presidente do PT e ex-ministro José Dirceu, que postou para fotos com o ator.
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também foi prestigiar Zé de Abreu, que milita politicamente desde os tempos da ditadura militar.
No lançamento da "Abreugrafia" na última semana no Rio de Janeiro, o clima foi de pré-campanha, visto que Abreu deve ser candidato a deputado federal pelo PT do estado na próxima eleição.
“Se depender de mim, sairei candidato no ano que vem. O Brasil já chegou ao fundo do poço, e agora, ao lado de Lula candidato, queremos reerguer o pais”, disse na ocasião. Ele ponderou, contudo, que a dedicação à política não o tirará da vida artística. “Serei político por quatro anos só, e não para o resto da vida. Preciso fazer algo pela nossa Cultura. Não quer dizer que viverei político, não, será um período apenas”, esclareceu.
Prefácio de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma no prefácio do livro “Abreugrafia” que o amigo “ousou estar do lado certo da História, e por isso tornou-se um dos alvos preferenciais do ódio que tomou conta deste país nos últimos anos”.
Lula diz ainda que Zé, “ameaçado de morte pelas milícias bolsonaristas, nunca se acovardou. A tudo isso reagiu, e reage, sempre com duas armas poderosas, que maneja como poucos: a coragem e o bom humor”.
Lula conhecia Zé de Abreu da televisão. A relação entre os dois se estreitou em um comício de encerramento de sua campanha à presidência da República em 1989 na Candelária, no Rio de Janeiro. Diante da multidão, Lula conta como foi “salvo” pelo ator.
“Aquilo me encheu de alegria, é claro, mas ao mesmo tempo me criou um problema: como passar no meio daquele mar de gente para chegar até o palco? Pois ele achou a solução: me colocou sobre os ombros e foi abrindo caminho no meio do povo”, diz.
Lula conta ainda que Zé de Abreu desistiu de ser escrivão da polícia por se ver coagido a receber propina. Por fim, o ex-presidente ressalta que o amigo nunca abriu mão de sua filosofia de vida de “sonhar alto”.
“E fez questão de ignorar o conselho de sua mãe, dona Gilda, que lhe dizia: ‘Tenha cuidado, meu filho, ninguém pode contra a espada’. José de Abreu sonhou sempre alto. E segue acreditando no amor vencendo a espada”.