Aconteceu na tarde deste domingo (16), na Avenida Paulista, a Marcha da Maconha, que reuniu milhares de pessoas. O ato, que já faz parte do calendário paulistano, foi realizado sob a sombra da "PEC das Drogas", que visa tornar crime o porte de qualquer quantidade de substâncias ilícitas.
O tema da Marcha da Maconha deste ano foi "Bolando um futuro guerra", uma crítica direta à política de "guerra às drogas" que, caso a PEC das drogas seja aprovada, deve ser aprofundada no Brasil. "A maconha carrega muito mais do que uma brisa. Sabemos que a proibição das drogas é o combustível da guerra do Estado contra pessoas negras, pobres e moradoras de quebradas", diz o texto divulgado pelos organizadores.
Te podría interesar
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram a Avenida Paulista completamente tomada pelos participantes da Marcha da Maconha. Para alguns participantes, o evento deste ano foi o maior de todas as edições.
Confira abaixo alguns vídeos e fotos com registros da Marcha da Maconha 2024:
Te podría interesar
A Marcha da Maconha e a PEC das Drogas
Na quarta-feira (12), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a PEC 45/2023, chamada de PEC das Drogas, proposta que inclui na Constituição a criminalização do porte e posse de drogas em qualquer quantidade. A matéria deve passar agora por uma comissão especial e pelo plenário da Casa
Articulado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com a ala parlamentar bolsonarista, o texto foi uma reação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julga uma ação que pode resultar na descriminalização do porte de maconha, quando caracterizado o uso pessoal.
Militantes da Marcha da Maconha fizeram um protesto no dia da votação realizada na CCJ, em frente ao Congresso Nacional. "Ao querer criminalizar os usuários de drogas, a PEC 45 escancara e reforça o racismo já existente e latente no Brasil. Entretanto, não é criminalizado essas pessoas que o uso de qualquer substância será encerrado. E sim abrindo o debate a respeito, fazendo políticas de assistência às pessoas que são dependentes, e conscientizando toda a população de que usuário não é criminoso", disse Nivea Magno, uma das organizadoras da Marcha da Maconha no DF, ao BdF-DF.