Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o ator Ricardo Petraglia, ativista pela descriminalização da maconha, criticou o PL 399/2015, pois, de acordo com ele, o texto original, que versava sobre o autocultivo e a descriminalização da cannabis, foi desfigurado para atender aos interesses da indústria farmacêutica.
"Em 2015 esse PL ainda continha o autocultivo, as associações, enfim, era a descriminalização da planta. Uma maneira de ser combatida a doença, o preço altíssimo que se paga por esses remédios e uma maneira fatal terminar, atacar, acabar o narcotráfico, que é um dos maiores problemas sociais e de segurança do Brasil", criticou.
Para o militante, "o projeto foi sendo mutilado ao logo desses anos e foi excluído o autocultivo… esse PL 399, na minha opinião, é uma reedição da lei de 1830 que foi feita aqui no Brasil, por incrível coincidência por uma governante chamado Doria, essa lei criminalizava o usuário do pito do pango. Então, o escravo não podia fumar o pito do pango e os comerciantes, que vendiam a famosa erva de Angola, pagariam uma multa. Quer dizer: escravo era preso, e comerciante pagava uma multa".
Petralha destacou o fato de que a novidade do PL 399 é o "avanço das empresas, do capital, avanços da grana, avanços dos laboratórios farmacêuticos que são um dos maiores inimigos da sociedade moderna. Os laboratórios farmacêuticos que nos escravizam, que fazem a gente comprar remédios a preço caríssimo".
“Eles criaram esse PL 399 para facilitar a empresa, para facilitar o empresário, deixando de fora o cultivador, o jardineiro, o usuário. Quer dizer, não vai atacar de forma alguma o tráfico de drogas que é o problema a ser atacado”, disse Petraglia.
Por fim, o Ricardo Petraglia afirmou que a maconha é uma planta sagrada e deveria ser legalizado o consumo social para adultos. "Se existe Deus, ele também fez a maconha. Quem somos nós para discutir a obra de Deus?", questionou Petralha.
Confira abaixo a entrevista na íntegra: