Entre os livros sobre Direito escritos pelo vice-presidente da República, Michel Temer, há uma obra de poesia. Em "Anônima Intimidade", Temer expõe sua presença íntima no mundo e parece prever, três anos antes, as consequências da carta que endereçou à presidente Dilma
Por Maria Carolina Trevisan*, para Jornalistas Livres
Com 165 páginas, Anônima Intimidade (Editora Topbooks, 2013) foi escrito na ponte-aérea entre Brasília e São Paulo. Tem prefácio do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto, que também se denomina poeta.
A seguir, um dos poemas que revelam a intimidade?—?ficcional, ele adverte?—?do vice-presidente:
Exposição
Escrever é expor-se, Revelar sua capacidade Ou incapacidade. E sua intimidade. Nas linhas e entrelinhas. Não teria sido mais útil silenciar? Deixar que saibam-te pelo que parece que és? Que desejo é este que te leva a desnudar-te? A desmascarar-te? Que compulsão é esta? O que buscas? Será a incapacidade de fazer coisas úteis? Mais objetivas? É por isso que procuras o subjetivo? Para quem a tua mensagem? Para ti? Para outrem? Não sei. Mais uma que faço sem saber por quê.