Lucas Paquetá: gatilho e choro lembram caso Paulo Francis
Jogador brasileiro demonstra estar sob forte estresse emocional devido à investigação de manipulação de resultados
Foi um típico caso de gatilho emocional. Lucas Paquetá, do West Ham, tomou um cartão amarelo no jogo contra o Tottenham e caiu no choro. Foi aos 28 minutos do segundo tempo. Sete minutos depois, foi substituído. Ainda chorava.
Ele está sendo investigado por manipulação de resultados. Tomou alguns amarelos que privilegiaram apostas de alguns parentes. Um caso como o de Bruno Henrique.
A Federação Inglesa prometeu muito rigor na apuração. Fala-se em suspensão por vida.
E eu me lembro do caso Paulo Francis. Ele era o jornalista mais conhecido do Brasil nos anos 90. Na Folha, Estadão e principalmente na TV Globo. Uma celebridade. Basta dizer que era imitado por humoristas.
Trotskista na juventude, Francis foi "endireitando" ao longo da vida. Tornou-se racista. E não tinha preocupação em conferir informações. Começou a falar e escrever repetidas vezes que Joel Rennó, um executivo da Petrobrás, havia roubado um milhão de dólares.
Francis confiava na lentidão da Justiça brasileira. Ou se achava acima de tudo.
Até que fez a mesma acusação durante o programa Conexão Manhattan, que era exibido no Brasil, mas produzido e realizado nos EUA, como o próprio nome dizia.
Rennó o processou, então, nos EUA. Se perdesse, Francis teria de pagar uma indenização enorme. Não tinha o dinheiro.
Começou a passar mal, com ansiedade. Morreu de ataque cardíaco. Ninguém pode afirmar que a causa tivesse sido a situação emocional que vivia, mas os sinais estavam lá.
É claro que Paquetá não chegará a tanto, mas o aviso foi dado. Está sob estresse emocional pela possibilidade de uma punição exemplar. Como Francis estava.