Tiago Leifert manifestou-se sobre a atitude de Vini Jr, que não compareceu à entrega da Bola de Ouro, que premia o melhor jogador do ano. Ele era o favorito, mas o vencedor foi o espanhol Rodri, do Manchester City.
O galego apresentador fala, em um vídeo, diretamente ao jogador brasileiro. De maneira professoral, diz que ele deveria ter ido à entrega do prêmio, botar um sorriso na cara e aplaudir Rodri, que, "também está ferido com a situação".
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Ferido, coisa nenhuma. "Alguns amigos me disseram que o futebol venceu ", afirmou o espanhol, de forma irônica.
Poderia ser apenas uma aula de boas maneiras de Leifert, mas é pior, muito pior. Ele reduz a ausência de Vinícius só descontentamento por não ser premiado, mas não toca no principal: o motivo pelo qual ele não foi premiado.
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Faltou fairplay, disse um espanhol. Não tem fairplay, repete um eleitor de El Salvador.
É claro que o modo como Vinícius enfrentou as injúrias raciais de torcedores, reclamando de forma estridente e espalhafatosa influenciou.
E Vinícius acredita - e tem motivos para acreditar - que foi vítima de racismo.
Chegamos, então, ao paradoxo. O bem nascido branco e de olhos azuis ensina o preto pobre a se comportar. Não ensina a usar os talheres corretamente. Ensina como enfrentar o racismo que outros brancos como ele praticam.
A maneira certa de um preto se comportar diante do que considera racismo é mostrar-se superior. É focar no jogo. É trabalhar mais. É baixar a cabeça. É comer a banana que lhe atiram.
A receita de Leifert e de tantos outros brancos não ajuda em nada na luta contra o racismo. Os torcedores do Valência que foram presos por chamar Vinícius de macaco continuariam soltos.
E a mágoa de Vinícius estaria ainda trancada em seu peito. E uma úlcera ou depressão estaria sendo gestada.
O aplauso de Vinícius a Rodri só faria bem a Rodri. E a Leifert.