O fim de ano está trazendo boas notícias financeiras para o São Paulo.
1) Está adiantado um acordo com a indústria Mondèlez de chocolates pelo "naming rights" do Morumbi, que passaria a se chamar Morumbis. O São Paulo pede R$ 45 milhões por ano durante três anos. A oferta que recebeu é de R$ 30 milhões.
2) Haverá troca de patrocínio master. Sai uma casa de apostas e entra outra. O valor não oficial é de R$ 52 milhões por ano.
3) Já houve troca de fornecedor de material esportivo. Sai a Adidas e entra a New Balance, prometendo exclusividade e, claro, mais dinheiro.
4) O zagueiro Beraldo está indo para o PSG, por 20 milhões de euros mais 5 milhões de euros, se metas esportivas forem alcançadas. O São Paulo tem 60% do valor e tenta negociar com o jogador, que te 20% e com o XV de Piracicaba, que tem 19%. O restante, 1%, pertence a um empresário.
É dinheiro novo que chega para um clube que terminou o terceiro trimestre com déficit de R$ 97 milhões. Um dinheiro que vai ajudar para o balancete do ano que vem. Mesmo assim, revelações de Cotia serão vendidas. É a lei do Mercado.
É preciso também ter cuidado com o falso otimismo que Júlio Casares exala em suas entrevistas. É um tal de "maior patrocínio da história do clube" (não era) de "a maior venda de um clube brasileiro para a MLS" (e daí?) a "maior venda de um zagueiro na história do futebol brasileiro" e por aí vai. Ni giem sabe quanto custou Galoppo. Os atrasados já foram anunciados com quitados algumas vezes.
Dinheiro sempre é bom. O que o São Paulo não pode é continuar devendo para jogadores. E lá vem o papo de que "é um grupo maravilhoso, que entende a situação bla bla bla". Quem deve, tem obrigação de pagar. Ou, um dia, o jogador se enche e vai embora. E ainda coloca no pau. E continua recebendo até o final do contrato. Sim, falo de Daniel Alves.
Mas, o assunto aqui é outro. Muita gente defende que o São Paulo, o Corinthians e outros times em má situação financeira, precisam repetir a amarga receita do Flamengo. Lembram? Ficou, sob o comando de Bandeira de Melo, com time ruim por um bom tempo, equilibrou as finanças e depois, a partir de 2019, se tornou um potência.
Duas coisas:
1) Foi isso, mas não foi só isso. O Flamengo teve a competência de vender vem Reinier e Vinícius Jr e o dinheiro ajudou e muito na recuperação.
2) A receita de um não serve para todos. Hoje, em dia, a premiação em Copas é muito grande, A Copa do Brasil rendeu R$ 70 milhões ao São Paulo. Lógico, uma parte foi em premiação, mas parece claro que é melhor pagar premiação do que não ganhar nada. A solução para um time grande que está em dificuldades financeiras passa também por ter um time forte e ganhar prêmios. Olha a Libertadores aí. Vai com time ruim? E o Santos? Cortou despesas, abdicou de ter um time à altura de suas tradições e caiu para a Série B. Tem crise maior que essa?
E não vale a comparação com o Cruzeiro. Ali, não foi apenas dívida. O clube passou por um processo de rapinagem. E o Cruzeiro não tem um patrimônio como o São Paulo tem. Não tem um Morumbi. Não tem uma torcida gigante. Não leva 40 mil aos jogos.
O São Paulo não vai cruzeirar. O Corinthians também não.