Raí é um dos jogadores mais importantes da história do São Paulo Futebol Clube. Líder na conquista da Libertadores-92 e do Mundial-92, quando marcou dois gols contra o Barcelona, dia 13 de dezembro de 1992. Um título que levou o São Paulo a um nível muito mais alto, confirmado depois com os títulos de 93, contra o Milan e 2005 contra o Liverpool.
A conquista comandada por Raí se equivale com os títulos paulistas da década de 40, possíveis a partir da chegada de Leônidas da Silva. Raí e Leônidas são jogadores icônicos destes momentos históricos do São Paulo.
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Politicamente, Raí e Leônidas também possuem pontos em comum. Leônidas foi apoiador de Yedo Fiuza, engenheiro gaúcho, candidato do Partido Comunista em 1945. E Raí, seguindo a seara do irmão Sócrates, foi muito participativo na campanha eleitoral do ano passado, que resultou na eleição de Lula contra Bolsonaro, candidato da extrema-direita.
Em Paris, onde foi receber um prêmio dedicado a Sócrates, Rai fez o L. Fez vários pronunciamentos duros contra Bolsonaro, inclusive em entrevista a jornais franceses. Em outro momento, usou o boné do MST.
E agora está claro que parte da torcida não consegue dissociar o jogador de suas posições políticas, com as quais eu concordo.
O São Paulo anunciou que Raí participará de um jogo festivo comemorando os 30 anos do título mundial de 1993. Veteranos do São Paulo como Zetti, Amoroso e Muller enfrentarão veteranos do Milan, como Costacurta e Maldini. Kaká e Cafu jogarão um tempo para cada time.
O anúncio foi o gatilho para que torcedores se manifestassem, chamando Raí de Comunista de Iphone, invasor de terra, que deveria estar preso, enfim, todo o cardápio repetido infinitamente por seguidores de Jair Messias, o Inelegível.
O fato é que Raí é de esquerda. E é ídolo do São Paulo. São coisas que caminham juntas, menos para visões obtusas do mundo.