Rogério Ceni tem oito anos como treinador. Nesse período escreveu uma boa história, mostrando-se competente, trabalhador e vencedor: foi campeão da Série B com o Fortaleza e na Série A com o Flamengo. Ganhou também a Copa do Brasil e o campeonato cearense, sempre com o Fortaleza.
Escreveu também uma história de relacionamento difícil com os jogadores que comanda. Não sabe gerenciar elencos, não sabe agradar os jogadores e exige de todos aquilo que ele - um gênio da bola - entregava: dedicação extrema. E talento idem. Em sua segunda passagem no São Paulo houve dois casos emblemáticos. O volante Luan fez um lindo gol contra o Santos, com chute de fora da área. Estava voltando de contusão. E Rogério, na coletiva, disse que o gol foi bonito, mas que Luan estava fora de lugar e que o chute só foi possível porque o Santos estava com um jogador a menos.
E houve o caso Marcos Paulo. O jogador fez uma postagem em suas redes sociais citando um verso musical que dava a entender que estava sendo prejudicado no clube. No dia seguinte, Rogério teria reunido o grupo de jogadores, e feito questionamentos duros a Marcos Paulo. O que, se realmente aconteceu, seria considerado assédio moral em qualquer outra profissão.
Rogério foi demitido do São Paulo e assumiu o Bahia, que lutava para não cair. Conseguiu bons resultados, mas nas últimas rodadas, jogando em casa, o time falhou muito. Perdeu para o Cuiabá por 3 x 0 e sofreu o gol de empate do Furacão já nos acréscimos. E a história se repetiu contra o São Paulo, no jogo posterior á histórica vitória por 5 x 1 sobre o Corinthians, em Itaquera.
O jogo contra o São Paulo caminhava para um empate sem gols e no final o ritmo ficou forte. Os dois times atacavam bastante. E, aos 47 minutos do segundo tempo, Caio Paulista fez o gol da vitória para o São Paulo. O Bahia ainda teve um ataque, mas a derrota foi consumada.
E Rogério nem esperou a chegada dos jogadores ao vestiário para uma bronca geral. Foi no campo mesmo, indo de um lado para outro, gritando com um e outro. Uma cena deprimente, que mostra a dificuldade em gerenciar os jogadores. O Bahia ficou com 41 pontos e disputa com Vasco (42) e Santos (43) a única vaga para a Série A do ano que vem. O Cruzeiro, mais folgado, tem 45.
Como treinador, Rogério Ceni nunca venceu o São Paulo. Os resultados foram os seguintes:
2019:
São Paulo 2 x 1 Fortaleza
Fortaleza 0 x 1 São Paulo
2929
São Paulo 2 x 1 Flamengo
São Paulo 1 x 0 Fortaleza
São Paulo 3 x 0 Flamengo
Flamengo 1 x 2 São Paulo
São Paulo 2 x 2 Fortaleza
Fortaleza 3 x 3 São Paulo
2023
Bahia 0 x 1 São Paulo