O ano de 2023 terminou com um argumento forte nas discussões sobre Fernando Diniz. Tanto os seus haters quanto aqueles que apenas não o idolatram não poderão usar mais a falta de títulos para argumentar contra os que falavam de sua ousadia e estilo de jogo - o tal dinizismo - como algo suficiente para colocá-lo no panteão dos grandes.
Primeiro, foi o campeonato carioca, em cima do Flamengo. Com goleada. Bonito, mas, apesar do charme decantado em prosa e verso, o campeonato carioca é apenas o campeonato carioca. Deixa um gosto de quero mais, como foi o Paulista de 2021 para o São Paulo de Hernán Crespo.
E a sensação de quero mais pode ser substituída por outra, de "estou satisfeito". Não deve, não será, mas pode ser. Vencer a Libertadores é para tirar qualquer dúvida. É título que você quer? Então, toma esta Libertadores aí, ô secador. Uma digressão: saúdo os secadores; eles fazem a maravilha do futebol, são o sal da terra, terminando com bobagens do tipo o time tal é o estado tal na Libertadores, o time tal é o Brasil no Mundial. Nunca se deve torcer pelo rival, a não ser que não seja rival. Mas, se está na Libertadores, é rival. Nem que seja o São Caetano, imagine então o Fluminense.
O início da campanha na Libertadores foi avassalador, com três vitórias, inclusive um 5 x 1 contra o River. A segunda metade da fase de grupos trouxe de volta velhos fantasmas, com derrotas para River e The Strongest, além de empate com o Sporting Cristal. O time de Fernando Diniz, como em outras ocasiões, morreria na praia?
Depois, foi eliminado o Argentino Jrs, com uma vitória e um empate. E, nas quartas, um aviso que não, não seria como foi em outras vezes. O Olimpía do Paraguai, que havia eliminado o Flamengo foi derrotado duas vezes. E na semi, foi a vez do Inter cair, com um empate no Maracanã e uma derrota em casa, nos minutos finais do jogo.
O Fluminense estava na final, contra um time que havia passado sempre nos pênaltis, nunca com vitória em campo. A última vítima havia sido o Palmeiras. E os argentinos jogaram pelo empate, mas gols de Cano e John Kennedy impediram que as fichas apostadas no goleiro Sérgio Romero chegassem à mesa.
Gol de Cano, já era artilheiro no Vasco, mas cujo futebol foi potencializado com Diniz.
Gol de John Kennedy, que havia sido rebaixado com a Ferroviária no Paulista.
Diniz fez com que John Kennedy retomasse seu futebol. Dizem que usou toda a psicologia que faltou no assédio a Tchê Tchê para fazer com que o garoto rendesse muito. Méritos de Diniz. Sempre se pode aprender e evoluir.
No futebol brasileiro a cobrança é diária. Libertadores é gigante, mas a Argentina vem ai pelas Eliminatórias. Um novo obstáculo para Fernando Diniz, que também pode ser chamado de Campeão da Libertadores.