ECONOMIA

Acordo UE-Mercosul: Lula e Macron discutem entraves na negociação bilionária

Negociação que se arrasta há mais de 20 anos tem como principal opositor o presidente francês

Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta quinta-feira ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que “abra seu coração” e conclua o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, ao qual a França se opõe.

A primeira visita de Estado de um presidente brasileiro desde 2012 ocorre em meio à oposição ao acordo comercial na França, onde agricultores pediram na véspera que Macron reiterasse sua “firme” rejeição.

Mas cresce a pressão dentro da União Europeia para aprová-lo, como uma medida para aliviar o impacto da guerra comercial desencadeada pelas tarifas de Donald Trump.

“Meu estimado Macron, abra um pouco seu coração à possibilidade de concluir este acordo com o nosso estimado Mercosul”, disse Lula durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente francês em Paris.

Para o líder sul-americano, esse acordo é a “melhor resposta” dos dois blocos “ao contexto incerto criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário”.

“Quero dizer aqui que deixarei a presidência do Mercosul com o acordo UE-Mercosul assinado e com Macron participando da assinatura”, acrescentou o presidente brasileiro, que assumirá em breve a presidência do bloco.

A Comissão Europeia, que negocia em nome da UE, concluiu um acordo comercial em dezembro com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e ainda precisa definir o mecanismo para sua aprovação e ratificação do lado europeu.

Se ratificado, a UE — principal parceira comercial do Mercosul — poderá exportar com mais facilidade automóveis, máquinas e produtos farmacêuticos, enquanto o bloco sul-americano poderá vender mais carne, açúcar, soja, mel, etc., para a Europa.

A França enfrenta a forte oposição de seu setor agropecuário, protagonista de intensas mobilizações nos últimos anos, e exige que as exportações do Mercosul cumpram as mesmas normas de produção que as da UE.

tjc-cf/avl

© Agence France-Presse

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