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Candidatura de Rogério Marinho mostra resiliência e força do bolsonarismo

O bolsonarismo está muito mais vivo do que os videntes da análise política previram há um ou dois meses. Ele está com seu núcleo central do discurso intacto. O fenômeno Rogério Marinho merece uma análise mais detida. Ele não é algo isolado

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A candidatura ao Senado do potiguar Rogério Marinho (PL-RN) mostra resiliência e força do bolsonarismo que na avaliação de alguns seria varrido se o presidente da República não se reelegesse. Tal análise mostrou-se um equívoco. 

É muito provável que o senador potiguar perca as eleições para a presidência do Senado ainda hoje. Há quem preveja uma vantagem na casa dos 20 votos para o mineiro Rodrigo Pacheco (PSD). Mas se isso vier a se confirmar mesmo com diferença tão elástica o que importa é olhar a floresta e não a árvore.

Pacheco era tido como bola certa logo depois que Lula venceu para se reeleger ao Senado. Arthur Lira, ao contrário, como dúvida. Porque não se sabia se o governo Lula tentaria construir uma candidatura de oposição ao presidente da Câmara.

E o que se vu desde lá? Lira fortalecendo-se com o apoio do centrão e do bolsonarismo mais radical e obrigando Lula e o governo a fazerem um mau acordo para mantê-lo na presidência. E de outro lado, surgir no Senado o nome de Marinho com um discurso radical de independência ao novo governo e montado no cavalo branco que Bolsonaro deixou arriado depois de 30 de outubro.

Marinho não fez charme. Usou o mesmo tom do seu chefe, os mesmo preconceitos, a mesma agressividade, o mesmo antipetismo. E cresceu. Cresceu a ponto de alguns analistas avaliarem que se a eleição demorasse mais uma semana que ele poderia virar o jogo.

Aliás, como este texto está sendo escrito antes do resultado, tudo pode vir a acontecer. Mas independente do resultado se este blogueiro fosse da articulação do governo ficaria bem esperto. O bolsonarismo está muito mais vivo do que os videntes da análise política previram há um ou dois meses. Ele está com seu núcleo central do discurso intacto. E mesmo depois de ter tentado um golpe que foi derrotado ainda consegue gritar, vociferar e juntar gente para aplaudir e caminhar junto.

O fenômeno Rogério Marinho merece uma análise mais detida. Ele não é algo isolado.