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A notícia de ontem que passou despercebida por muita gente foi o anúncio de que a CNN terá uma operação brasileira. O empresário Rubens Menin, fundador e presidente do conselho da construtora MRV, é apontado como o grande investidor. Mas a empresa terá Douglas Tavolaro, ex-vice presidente de jornalismo da Rede Record, como presidente.
Tavolaro é jornalista, tem 42 anos, mas o que importa para entender melhor essa notícia é que ele é o autor da biografia de Edir Macedo, e também sobrinho dele.
O jornalista também fez a produção executiva dos filmes "Os Dez Mandamentos" e "Nada a Perder". Ou seja, é uma das pessoas da maior confiança de Macedo.
Evidente que este anúncio de ontem gerou inúmeras especulações. Entre elas a mais óbvia de que se a IURD não está por trás da operação, ao menos Edir Macedo deve estar. Porque Tavolaro não faria nada sem a autorização do tio e já vem negociando essa operação há um ano, segundo informado ontem.
Tavolaro nos últimos tempos estava tendo problemas com parte dos bispos que mandam na Record e havia perdido alguns braços de ferro internos.
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Não se sabe se isso tem ou não relação com a sua ida para a CNN Brasil ou com algum racha interno entre Edir Macedo e este grupo.
Mas, de qualquer maneira, como não se monta uma rede nacional que pretende contratar 400 jornalistas e operar 24 horas por meio de TV por assinatura e por plataformas digitais do nada, a Record tende a estar de alguma forma por trás do projeto.
Essa foi a especulação que rolou entre jornalistas tanto da emissora quanto da Globo na tarde e noite de ontem. O whatsapp comeu solto nessas redações buscando entender o anuncio.
A certeza é que a maior atingida será a emissora dos Marinhos e a sua Globonews, que demorou para se firmar e que agora quando parece estar no auge, tomará um tiro de canhão. Que, aliás, pode contar com a simpatia do presidente capitão.
Para Bolsonaro interessa uma Globo mais fraca. E a CNN, que nos EUA é anti-Trump, poderia vir a calhar num momento como esse. E, por isso, no mercado a hipótese de que a nova emissora seja um cavalo de troia da Record e do novo governo para atacar a Globo circulou com força.
Os próximos meses devem tornar essa operação mais clara. Mas uma coisa é certa, Globo levou uma trucada. E não tem como não ficar menor depois deste anúncio.
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