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Consta de uma delação premiada do dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que o então diretor da Secretaria de Educação (Seed), Maurício Fanini, participou de uma reunião na casa do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), 45 dias antes da eleição de 2014, para discutir caixa dois. E que além deles estava o atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano, também do PSDB.
Eduardo Souza é investigado por fraudes em licitações na construção de escolas do estado que chegam a R$ 20 milhões.
O esquema foi desvendado pela Operação Quadro Negro, do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O escândalo deixou em ruínas obras de seis escolas estaduais que atenderiam milhares de alunos em todo o estado.
O empresário foi preso na primeira fase da operação e ficou um ano e meio na cadeia.No acordo que vai liberá-lo da prisão, ele afirmou que Fanini sugeriu que seria bom ter alguém do Tribunal de Contas do Paraná “com eles”.
E que isso o fez procurar o conselheiro Durval Amaral e sugerir ajuda financeira para a campanha do filho de Durval, Tiago Amaral (PSB), então candidato ao cargo de deputado estadual.
Eduardo afirmou que combinou com uma pessoa ligada a Durval um pagamento de R$ 50 mil para o caixa dois da campanha do filho dele.
O pagamento, declarou o delator, foi feito a uma assessora no comitê de Tiago Amaral. Tiago Amaral foi eleito em 2014, e o pai dele é o atual presidente do Tribunal de Contas.
No acordo, o dono da Construtora Valor se comprometeu a apresentar provas de tudo o que disse e a abrir mãos de bens. Com isso, ganhou o benefício de não ser preso e usar tornozeleira eletrônica por dois anos.
Essa história está sendo contada aqui e ali em alguns portais. É uma bomba. Até porque o governador Beto Richa é o mesmo que colocou policias para espancar professores que lutavam por reajuste salarial. E o dinheiro roubado é da educação.
Mas o assunto rapidamente sairá da pauta. E o governador, o presidente da Alep e o conselheiro do Tribunal de Contas e seu filho , Tiago Amaral, atualmente deputado, vão continuar por aí incentivando patos a baterem panelas contra a corrupção.
Se eles fossem de partidos como o PT, PCdoB ou PSoL o caso renderia horas de JN. Mas como se sabe, com tucanos é de outro jeito. Eles têm passe livre pra corruptar. Sim, corruptar vem de corruptês. É um neologismo de corrupção. Algo meio tucanês. Já que tucano não é corrupto, como se sabe.
Foto: Ricardo AlmeidaANPr/Fotos Públicas