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O sociólogo Luiz Eduardo Soares concedeu entrevista a BBC Brasil na qual trata da sua frustração em relação à parceria que teve com a ex-senadora Marina Silva.
Soares foi o primeiro presidente da Rede no Rio de Janeiro e apoiou Marina na eleição de 2014, tendo papel destacado na sua campanha.
Na opinião de Soares, ao decidir pelo apoio ao impeachment de Dilma, a ex-senadora jogou fora suas possibilidades de ser uma candidata com chances reais em 2018.
Essa talvez seja a parte mais importante de sua análise. Soares tem razão não só pelo que a decisão implicava, já que estava claro que o impeachment era um golpe não só contra Dilma, mas a favor de uma quadrilha que queria se livrar da Lava Jato.
Mas também porque se tivesse agido assim, Marina mostraria grandeza para ser uma alternativa progressista à presidência da República.
Mas ela e seus assessores mais figadais já não pensam com o cérebro há muito tempo. Fazem cálculos com o órgão do rancor. E atribuem todas as suas desgraças ao petismo.
Isso a coloca cada vez mais distantes dos eleitores de Lula e Dilma, que venceram as últimas quatro eleições. E não lhe aproximada dos eleitores de Bolsonaro, por exemplo, que tem ojeriza a presença de mulheres na política.
Mas os trechos mais reveladores da entrevista de Soares são aqueles onde ele conta que o deputado Alessandro Molon se filiou à Rede depois de ter recebido garantias de Marina de que ela não se aliaria aos golpistas.
Mas que ela não teve a delicadeza de procurá-lo quando mudou de posição.
Ou seja, Marina que se diz uma militante do diálogo, a cada novo depoimento que surge de alguém que rompe com a Rede vai se mostrando uma pessoa mais próxima da política tradicional do que com algo que possa ser chamado de nova política.
Marina perdeu não só a chance de ser presidente da República, mas de ser uma das grandes líderes mulheres da história do Brasil.
Não foi à toa que ela apoiou Aécio.
E nem à toa que não deu declaração contundente em relação aos crimes por ele praticados.