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O Brasil é um país de memória curta, dizem alguns. Mas ela é muito mais seletiva do que curta. E tem muito mais a ver com o interesse da mídia tradicional do que com o hipocampo do cérebro daqueles que nascem nessas paragens tropicais.
O presidente Michel Temer, por exemplo, tem alguns assessores especiais. Um deles, era José Yunes, seu primeiro amigo, ou como ele mesmo prefere, seu irmão. Se conhecem há quase 50 anos, já foram sócios e tem uma história de vida inteira.
Recentemente Yunes teve de sair correndo do governo porque foi acusado de receber 1 milhão da Odebrecht em dinheiro vivo no seu escritório. Dinheiro de caixa 2 para o o PMDB, do qual Yunes é presidente do diretório paulistano.
Mais recentemente ainda Yunes se disse "mula" de Padilha e fez com que o ex-ministro tivesse de pedir uma licença sem fim.
Yunes, como se sabe aqui, está no centro do Tabapuã Pappers, caso que este blogue vem investigando nos últimos dias.
Outro assessor especial de Temer é Sandro Mabel, ex-deputado federal que não tinha cargo e nem salário, mas que mandava no Palácio. Ele tem empresa uma empresa no mesmo prédio da Stargate, empresa criada a partir de uma offshore. E depois que isso veio à tona anunciou que estava deixando o cargo.
Pesquisando pela internet, o blogue encontrou uma série de histórias do outro assessor especial de Temer, Tadeu Filippelli, entre elas sobre ser acusado de participar do esquema de corrupção do estádio Mané Garrincha e de ser um dos que recebiam o mensalão do DEM.
Na operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, uma das gravações que veio à tona é a que disponibilizo à seguir.
O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa e o empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, conversavam sobre pagamento de propina a políticos do alto escalão do PMDB em troca de apoio a José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal.
“Arruda dá R$1 milhão por mês para o Filippelli”, diz Durval.
Collaço corrige: “São 800 pau. R$ 500 mil para o Filippelli para fazer… vai, R$ 100 mil para o Michel, R$ 100 mil para o Eduardo e R$ 100 para o Henrique Alves. São 800 pau”.
Curiosamente, como se sabe, essa história é de 2009, mas os nomes são os mesmos:
Temer, Eduardo Cunha, Henrique Alves e Tadeu Filippelli, hoje um dos mais importantes assessores de Temer.