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Ontem a Procuradora Geral da República, que ficou em segundo lugar na votação entre seus pares e foi guindada para o cargo por Temer, decidiu mostrar a que veio sem nenhum constrangimento. Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal, Raquel Dodge pediu que Gleise Hoffmann, presidenta nacional do PT, perca o cargo de senadora e seja obrigada a devolver 4 milhões de reais que teriam sido desviados por ela da Petrobras.
No dia 16 de novembro, uma operação da Polícia Federal comandada pelo novo diretor do órgão, Fernando Segóvia, indicado pelo ex-presidente José Sarney para o cargo, realizou uma operação contra o governador Flávio Dino, acusando-o de manter 400 funcionários fantasmas na área da saúde e de desviar recursos deste setor a partir de uma sorveteria. Sim, isso mesmo. Uma narrativa que não durou três dias, mas foi memetizada e aproveitada pela mídia local até o limite da exaustão.
Essa operação de nome "Pegadores” é um desdobramento da “Operação Sermão aos Peixes”, que apura fraudes no sistema estadual de saúde iniciadas em 2012, quando o secretário de Saúde, era Ricardo Murad (PRP), cunhado de Roseana Sarney, então governadora. Só que nesta nova etapa, com a PF sobre o controle de Segóvia, Murad que era citado na Sermão dos Peixes como líder da quadrilha que teria desviado cerca de R$ 1,2 bilhão da saúde estadual, ficou de fora das investigações.
Evidente que Dodge e Segóvia teriam mais o que fazer do que acusar, por uma lado, a presidenta do PT por 4 milhões e pedir o seu mandato (só de Geddel são 51 milhões num apê) e ir atrás de fantasmas no Maranhão, onde governa o principal adversário do pai da nomeação do atual diretor da PF.
Aliás, esses tais 400 fantasmas são tão fantasmagóricos que até o momento a PF não entregou a lista para que o governo estadual possa apurar a situação dos funcionários e se for o caso tomar providências. P
Pra bom entendedor....
Há um ditado que diz que o político mais bobo conserta relógio suíço com luva de box num quarto escuro. Se este blogueiro bobo entendeu o recado dessas operações, quem dera nossa tão astuta classe política. Em especial aquela que deve e teme. E precisa do Temer.
O recado do presidente ilegítimo, da PF e do MPF é, pode vir quente que estamos fervendo. Quem desafiar o governo, vai virar Gleise e Dino. Ou seja, cairá nas garras dos aparelhos policiais do Estado.
Essa será a grande arma de Temer para o percurso de 2018. Esta será a grande arma de Temer para conseguir manter uma quantidade de parlamentares à disposição para aprovar, por exemplo, a Reforma da Previdência.
Essa moeda de duas caras, de uma lado Dogde e de outro Segóvia, é um fator novo no jogo político e não pode ser desprezada. Ela cria um estado policial à disposição da quadrilha de Temer que sabe operar como poucos esses instrumentos.
A moeda está lançada ao ar. Agora é ficar atento aos próximos desdobramentos. Temer está muito mais poderoso do que se podia imaginar há alguns meses, quando da delação da JBS.
E ainda tem uma outra carta na manga, o parlamentarismo. A elite não desistiu dessa opção. E Alexandre Moraes não brinca em serviço.