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Dilma será afastada pelo Senado provavelmente na quarta-feira, mas engana-se quem pensa que isso significará um ponto final no plano de destruição do legado do PT e que permitirá um fôlego para se pensar no futuro. Nada disso.
A operação Lava Jato está em processo de marcha lenta aguardando exatamente o afastamento de Dilma pelo Senado para acelerar rumo ao rei a rainha do tabuleiro.
Há acordos de delação premiada já em processo de finalização que buscam exatamente criar condições para denunciar Lula e Dilma.
A delação do ex-senador Delcídio é a chave para construir uma narrativa com empreiteiras e empresas investigadas de que Lula e Dilma sabiam de tudo. E mais do que isso, operavam todo o esquema da "organização criminosa que governou o Brasil".
As delações deveriam ser produzidas a partir de documentos e provas que seriam apresentados por aqueles que estão dispostos a fazer este tipo de acordo. Eles entregariam o que têm e fariam o relato. Ponto final. A partir disso, a justiça decidiria se aceita ou não o acordo.
Mas não é isso que está acontecendo. As delações estão sendo negociadas. E isso significa que a partir de uma narrativa, procuradores têm conversado com os réus sobre o que querem, sobre o que precisam deles. E isso têm levado a delações absurdas, baseadas em mentiras e cuja única prova é a declaratória.
Delcídio, por exemplo, tem provas de que se encontrou com Lula pouco antes de sua prisão. Isso é um fato. Ele não estava só nesta reunião. Uma fonte do blogue participou do encontro disse que em nenhum momento se tratou da Lava Jato. Mas Delcídio dá outra versão. Diz que a reunião foi para falar disso e de como silenciar Cerveró.
É a palavra de Delcídio contra a de Lula e outros que lá estavam. Qual palavra valerá? Pela lógica da Lava Jato a dos delatores. E qual a prova que esses delatores oferecem? A de que o encontro ocorreu. Mais nada.
Dilma também será envolvida em breve numa delação com essa mesma narrativa. A partir de um encontro que de fato ocorreu será dito que ela tentou impedir a continuidade da Lava Jato. É mentira. E o delator está negociando a mentira para poder se livrar da cadeia.
A turma que conseguiu o impeachment sabe que não pode parar por aí, que não basta apear o PT do governo. Ou seja, além da matar a cobra, também é preciso destruir todos os seus ovos. Ou usando outra metáfora, destruir a lavoura e depois salgar a terra.
Por este motivo, o blogue já não considera um exagero que Dilma e Lula denunciem ao mundo a armação midiática judiciária que o país está vivendo e que não desconsiderem, inclusive, pedir asilo político se perceberem que estão sendo perseguidos de forma injusta, ilegal e absurda.
Há sinais claros de que a perseguição virá. E mesmo advogados liberais que têm apreço pela democracia e estão acompanhando a Lava Jato estão assustados com o que tem visto e ouvido.
A história deste golpe não acabará na quarta-feira. Ao contrário, sua fase mais dura se iniciará agora.