Distritão é derrotado na Câmara e Cunha perde a majestade

O modelo de sistema eleitoral por Distritão foi derrotado por 267 contra e 210 a favor. A votação teve a surpreendente indicação do PCdoB pelo voto a favor deste sistema político. O que mostrou um nível assustador de pragmatismo eleitoral do partido e de pouco compromisso com o debate das ruas pela esquerda. A aprovação do Distritão levaria o Brasil a uma crise democrática e de representação e não haveria mais nenhuma necessidade de partido político. Este processo garantiria a eleição de dois tipos de políticos: 1) o famoso ou midiático; 2) o rico ou defensor de lobbies poderosos que teriam muito dinheiro para concorrer. O sistema atual não é perfeito, muito pelo contrário, Mas é muito melhor do que o tal Distritão. Mas a votação de hoje não foi simbólica apenas por derrotar essa excrecência, mas por significar uma derrota exemplar ao autoritarismo fundamentalista de Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara. Ele jogou todo o seu prestígio e força na aprovação deste sistema eleitoral. E se deu mal. Cunha que vinha se comportando como um rei, perdeu a coroa na noite de hoje. Mas ainda mantém o cetro. Não foi completamente derrotado, mas se mostrou menos poderoso do que parecia. Pra votar o Distritão ele destituiu o relator da reforma política que era do seu partido e trucou levando a voto no plenário a questão. Trucou e perdeu. E agora vai ter que dar um passo atrás. A questão é se ele sabe fazer isso ou se vai virar um Severino Cavalcanti.