Delcídio e André Esteves inauguram o momento passe livre da Lava Jato

Até o Natal ainda pode acontecer muita coisa no Brasil. Porque o Natal é uma referência. Uma data simbólica.

Escrito en BLOGS el
delcidio andre estevesO líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, e o banqueiro André Esteves, do BTG-Pontual, foram presos nesta manhã. A prisão foi solicitada por Rodrigo Janot e autorizada pelo ministro do Supremo, Teori Zavaski. É a primeira vez na história do país que um senador da República é preso. Também é a primeira vez que um grande banqueiro é preso na Operação Lava Jato. O que pesa contra Delcídio é que ele teria operado no sentido de atrapalhar as investigações. Parece que teria oferecido facilidades para um delator se o preservasse. Isso é crime e justifica a prisão. Mas não é nada muito diferente do que Cunha teria feito segundo o delator Julio Delgado, que ainda acusou o então deputado e atual ministro Celso Pansera de "pau madado" do presidente da Câmara. E Cunha ainda está solto e atrapalhando como pode as ações de investigação contra ele. Em relação a André Esteves ainda não se sabe direito o que teria feito. Mas o recado é claro. Não existe mais limite algum para a Lava Jato. E isso pode significar muita coisa, mas principalmente que há passe livre para qualquer operação contra quem quer que seja, incluindo a presidenta da República e seus ministros. E claro, o ex-presidente Lula. Passe Livre foi o nome da operação que prendeu José Carlos Bumlai, que, segundo os investigadores, tinha acesso livre ao Palácio do Planalto nos tempos do ex-presidente. Ou seja, até o Natal ainda pode acontecer muita coisa no Brasil. Porque o Natal é uma referência. Uma data simbólica. E  tudo o que mais há na Lava Jato são símbolos. Para entendê-la não é preciso conhecer profundamente investigações ou o sistema policial e jurídico. É preciso saber ler os sinais. E a prisão de Delcídio e de André Esteves é um imenso clarão no céu. Os reis magos e os pastores já devem ter percebido do que se trata. E hoje o Congresso vai estar em polvorosa. E num momento desses, a luta pela sobrevivência pode levar todos a escolherem um alvo comum. O impeachment de Dilma volta a subir no telhado.