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O ex-vice presidente do PSB, o carioca Roberto Amaral, que assumiu o partido com a morte de Eduardo Campos não é um inepto e nem um amador na política, como parte da mídia começou a caricaturá-lo depois da nota que assinou ontem pontuando que será o PSB que decidirá quem vai suceder Eduardo Campos na disputa presidencial.
Entre 1985 e 1993, quando Arraes ainda era vivo e presidente da sigla, Amaral era secretário-geral do PSB. Depois se tornou vice-presidente e assumiu a presidência em 2005, quando Arraes ficou doente. Passou a presidência para Campos e voltou a assumi-la quando este se afastou para se dedicar à candidatar ao governo de Pernambuco.
Lula ganha a eleição e Amaral se torna seu primeiro ministro da Ciência e Tecnologia. Sai do governo em 2004, exatamente para deixar o cargo para Eduardo Campos.
Ou seja, Amaral sempre foi homem de partido e da confiança tanto de Arraes quanto de Campos.
A indicação que Amaral deu ontem de que o partido é quem vai decidir qual será o seu destino não é uma frase solta. Ele vai respeitar o luto da família, mas não vai se render aos caprichos de Marina, se eles vierem a existir. E nem da família de Eduardo. Porque sabe que Arraes e Eduardo eram uma coisa. Os outros membros são outra e não têm experiência política alguma.
Amaral tem mandato na presidência do PSB até 2017 e com a responsabilidade que o cargo lhe confere está deixando claro que se Marina quiser ser candidata, vai ter de ser com base no programa do PSB, num compromisso programático claro e que não poderá usar a sigla como se fosse de aluguel.
Amaral conhece o partido como poucos. Deve ter consultado boa parte das lideranças e está se movimentando a partir dessas conversas para ter assinado aquela nota .
O recado é claro, Marina terá de se acertar com o núcleo mais duro para ser candidata. E neste caso, além de Amaral, outra figura importante da máquina é o pernambucano Carlos Siqueira, secretário geral do partido e presidente da Fundação Mangabeira Unger.
Além deles, têm força o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, que é líder da bancada, o deputado federal mineiro Júlio Delgado, Márcio França, candidato a vice de Alckmin, e Rodrigo Rollenberg, senador e candidato a governador em Brasília.
Até pela importância dos cargos que ocupam, os governadores, como Renato Casagrande (ES), e muitos prefeitos, entre eles Marcio Lacerda, de Belo Horizonte. também serão ouvidos. Mas Amaral e Siqueira não vão abrir mão de conduzir o partido neste momento.
Se fecharem um acordo são eles que decidirão o rumo do PSB nos próximos dias. Ou seja, se Marina quiser ser candidata terá de se acertar com a dupla. É na conversa entre eles e ela que se decidirá os rumos da sucessão presidencial. E com este cenário, o nome de Roberto Amaral passa ser forte para vice se a candidatura de Marina vingar.