A vantagem de Dilma a partir do horário eleitoral passa a ser imensa

Dilma pode voltar a crescer no horário eleitoral e isso pode mudar toda a correlação de forças, incluindo as doações para as campanha

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A presidenta Dilma vem desde junho de 2013 atravessando um deserto. Antes de junho do ano passado, vivia-se uma letargia controlada. Sabia-se que as coisas não iam tão bem quanto alguns governistas achavam, mas ao mesmo tempo imaginava-se que o risco de que ela viesse a ser derrotada em seu projeto de reeleição era baixo. Depois de junho, tudo mudou. A popularidade da presidenta caiu pela metade, deu uma leve subida depois, mas estacionou num patamar baixo. Aí entrou o período do #ImaginaNaCopa e o Brasil era pintando em verso e prosa pela mídia tradicional como um dos piores países do mundo. O catastrofismo imperava no noticiário. Iríamos passar um vexame terrível. A Copa foi bem sucedida do ponto de vista organizativo e não fosse os 7 a 1 contra a Alemanha, que reacendeu o nosso complexo de cachorro vira lata, o governo teria lucrado uns pontos no seu índice de aprovação. A Copa mal acabou e voltaram os discursos de ruína econômica. O nosso problema passou a ser a volta da inflação e do desemprego. A primeira já dá indícios de estar controlada. Por conta do discurso de que estava em disparada, parece que até o remédio utilizado foi forte. Corre-se o risco de perda de crescimento. E o desemprego no Brasil é muito baixo e não há nenhuma chance de se tornar um problema concreto em curto espaço de tempo. Com tudo isso, a presidenta Dilma manteve-se num patamar próximo de 38% dos votos totais nas pesquisas eleitorais. Tomando porrada todo dia e com uma comunicação bem desarticulada de defesa de sua gestão. Daqui a oito dias começa o horário eleitoral e Dilma terá mais de 11 minutos três vezes por semana para mostrar o que fez. E mais uma batelada de inserções de 15 e 30 segundos durante a programação todos os dias. Em condições normais de temperatura e pressão isso poderia não ser assim algo tão importante. Mas como a presidenta contou pouco a história do seu governo, como sua comunicação durante esses três anos e meio foi perto de desastrosa e como a mídia tradicional vem socando-a sem dó e nem piedade quase todos os dias, isso pode fazer muita diferença. Dilma não fez um governo melhor do que o de Lula, mas tem muito o que mostrar. Fez programas importantíssimos como o Pronatec e o Minha Casa Minha Vida, só para citar dois. Além de ter criado o Mais Médicos. Dilma precisa de 43 a 45% dos votos totais pra ganhar no primeiro turno. Ou seja, precisa ampliar em uns 15% seu eleitorado. Pode parecer pouco, mas não é. Terá que mudar a opinião de muitas pessoas,  principalmente de São Paulo, onde precisa  chegar perto dos 40% dos votos no estado. Se conseguir isso, acaba com a eleição no dia 5 de outubro. A Globo, a Veja e outros parceiros da mídia tradicional vão fazer de tudo para que isso não aconteça. Mas pesquisas que forem feitas depois da primeira semana do horário eleitoral serão o termômetro de muita coisa. Inclusive das doações e do reposicionamento ou não de alguns setores empresariais. Mesmo aqueles que hoje torcem o nariz pra presidenta mudarão suas cartas caso passem a achar que sua reeleição é inevitável. E aí, o jogo ficará muito mais difícil para a oposição. Muito mais difícil.